Aumento da Produtividade de Carne Bovina em Mato Grosso

01/11/2016

Pesquisas apontam a possibilidade de crescimento exponencial de produtividade da carne bovina em Mato Grosso

As pesquisas apontam a possibilidade de crescimento exponencial de produtividade da carne bovina em Mato Grosso. Isto é o que aponta uma pesquisa que estará conclusa até dezembro deste ano, em parceria da ACRIMAT e ACRINORTE com a EMBRAPA AGROSSILVIPASTORIL em SINOP/MT.

Resumidamente, a pesquisa buscou mensurar a produtividade da pecuária de corte em sistema de produção exclusivo e em sistemas integrados. Os resultados são alvissareiros e perturbadores, apenas com a adubação se verificou um salto de 4 para 17 arrobas por hectare.

Quando a produção é via integração lavoura pecuária, a produtividade aumenta ainda mais, varia de 20 a 24 arrobas por hectare, portanto, um salto ainda maior em ganho de produtividade. Esta modalidade de produção vem se tornando numa atividade de sucesso para os antigos e tradicionais agricultores e para um expressivo número de pecuaristas que passaram também a produzir grãos.

Ainda segundo a pesquisa, a integração lavoura, pecuária e floresta, ofereceu o melhor desempenho em termos de produtividade variando entre 29 e 32 arrobas por hectare. Isto é extraordinário! Depois destes números vêm perguntas simples e de respostas complexas de serem respondidas.

Porque todos os produtores não seguem a cartilha de produção via sistemas integrados? Porque as médias alcançadas na pesquisa são ainda, apenas sonhos para milhares de pecuaristas? Como podem sobreviver na atividade produtores com baixa produtividade? E segue uma esteira sem fim de porquês!

De pronto já é possível responder que em Mato Grosso, a pecuária bovina de corte tem experimentado resultados favoráveis em termos de produtividade. Muito se transferiu de áreas de pastagens para a agricultura e o rebanho bovino não diminuiu, ao contrário, teve um período de estabilidade e voltou a crescer, hoje já conta com aproximadamente 30 milhões de cabeças.

Mas existe sim a possibilidade de melhorar este desempenho com a simples adoção de tecnologias disponíveis. Isto mesmo! Tecnologias disponíveis! Muitas delas repousando em escaninhos institucionais! É preciso dar um primeiro passo, isto é, realizar investimentos no melhoramento das pastagens, adotar boas práticas da pecuária e seguir em frente.

Porém, e este, PORÉM é enorme, nem todos os interessados conseguem realizar investimentos. Muito se fala de planos e programas governamentais e ainda, instituições internacionais buscando apoiar o aumento de produtividade, sempre sob o olhar ambiental e outras dezenas de manifestações, que não vale a pena comentar.

De um lado vemos segmentos cobrando produção sustentável e de outro, milhares de famílias apenas sobrevivendo da atividade da agropecuária em todo o Brasil. São os chamados mini, pequenos e médios produtores.

Segundo dados do IBGE, o Estado de Mato Grosso possui 92.666 propriedades rurais com rebanho bovino de até 300 cabeças e 11.642 possuem de 301 até 1.000 animais. Portanto, verificamos uma concentração de 104.308 propriedades que podem ser de mini e pequenos produtores.

Outras 4.014 possuem rebanho acima de 1.000 cabeças e até 3.000 que podem ser consideradas médias. Assim temos um público de 108 mil propriedades rurais que possuem até 3.000 bovinos, com uma larga quantidade situada no patamar de até 1.000 cabeças.

Sem sombras de dúvidas todos os portes de pecuaristas demandam por atenção, porém aos mini e pequenos pecuaristas devemos destinar no quesito produtividade grande parte de nossas preocupações sob o aspecto sustentabilidade.

Sempre ouvimos que tempos de crises devem ser vistos como tempos de oportunidades. Sabe-se que de fato em muitos casos, isto é verdadeiro, portanto, estamos em tempos de oportunidades para destinar esforços e fazer chegar, aos pecuaristas as tecnologias disponíveis.

Com a palavra todos aqueles com poder de mando neste País e, aqueles que cobram a produção sustentável na produção de alimentos!

*Amado de Oliveira Filho é pecuarista e economista em Mato Grosso

Fonte: Frente Parlamentar da Agropecuária