Frigoríficos de MT na rota chinesa

Principal mercado brasileiro, a China consome 39% das exportações agropecuárias, segundo o Mapa
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Mato Grosso está entre os estados que receberão visita técnica de uma comissão chinesa no fim deste mês para inspeção e habilitação de novos frigoríficos à exportação de carne. O anúncio foi feito pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, na terça-feira (15), após reunião com o ministro do Comércio da China, Zhong Shan, em Pequim. China e Hong Kong compraram o equivalente a US$ 90 milhões em carne bovina produzida em Mato Grosso no 1o trimestre deste ano. Em todo o ano de 2017 foram US$ 375 milhões, segundo dados da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat).

Com a negociação realizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), esta relação com a China tende a crescer nos próximos anos, principalmente, devido ao aumento da demanda no país que tem a maior população do mundo. Durante a reunião com o ministro chinês, foi apresentada uma lista com 84 frigoríficos que serão vistoriados pelos veterinários do país asiático. Mato Grosso estará dentro do percurso. A informação foi confirmada pelo Mapa, que não quis repassar mais detalhes, como a quantidade e localização destas plantas e informou ainda que o roteiro pode sofrer alterações. A comissão chinesa chegará ao Brasil na próxima segunda feira (21) e irá inspecionar frigoríficos de aves, de bovinos e asininos (jumentos). O ministro lembrou ainda que deverão ser incluídas nas tratativas comerciais a exportação e a importação de frutas. A China pretende importar arroz, lácteos, farinhas para ração animal e ovos férteis, e exportar pescados para o Brasil. “Estamos avançando na diversificação da nossa pauta de exportações”, disse Maggi.

Luiz Freitas, presidente do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos de Mato Grosso (Sindifrigo/MT), informou que atualmente há duas plantas de Mato Grosso que exportam para a China, localizadas em Barra do Garças e Várzea Grande. “Tudo o que puder abrir de novos mercados é importante para o setor, mas hoje temos uma capacidade instalada maior do que a oferta de boi em Mato Grosso e essa falta vai trazer transtornos ao setor. O que temos não atende a metade da indústria instalada. A ociosidade está muito alta e com isso perdemos o poder de negociação, o que inflaciona o produto”.

Durante visita à Feira SIAL CHINA 2018 em Xangai, o diretor-executivo da Acrimat, Luciano Vacari, destacou o interesse que o setor tem de expandir as exportações para a China. “Hoje a China compra nossa carne, mas temos poucas plantas habilitadas. Queremos que mais frigoríficos se tornem fornecedores para que a demanda interna seja ampliada”.