Paraguai cresce no mercado internacional da carne

Coluna do Cepea destaca a lição de casa bem feita pelo país vizinho que, com rebanho 15 vezes menor que o nosso, já exporta um quinto do que o Brasil exporta
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Com a recente alta nas exportações de carne bovina in natura, favorecida pela boa política macroeconômica, o Paraguai já se estabeleceu como importante participante no comércio internacional, apresentando potencial de crescimento e de abertura de novos mercados. Em uma década, os embarques paraguaios da proteína saltaram 56%, passando de 154.000 toneladas em 2006 para 240.000 toneladas no ano passado, o que equivale a 22% das exportações brasileiras do produto, de acordo com dados do Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal do Paraguai (Senacsa), comparados aos dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex-MDIC).

O rebanho do Paraguai é de 13,8 milhões de cabeças de gado, de acordo com estimativas do Senacsa, ou seja, cerca de 6,3% do rebanho brasileiro. Com 63% da produção voltada ao mercado externo, verifica-se o notável interesse do país em promover iniciativas de caráter fiscal, no intuito de expandir o atendimento de novos mercados, já que o consumo interno segue praticamente estável.

Enquanto a maior parte dos países da América Latina enfrentou crises econômicas nos últimos anos, o Paraguai apresenta um cenário econômico bastante favorável. De acordo com o Banco Mundial, o PIB paraguaio cresceu, em média, 4% nos últimos cinco anos. A baixa inflação, o controle e a boa administração das finanças públicas promoveram a entrada de investimentos estrangeiros. Os fatores macroeconômicos impulsionaram a bovinocultura de corte paraguaia de tal modo que empresários, inclusive brasileiros, investiram tanto no setor produtivo quanto no ramo frigorífico do país.

Segundo a Senacsa, de janeiro a outubro deste ano, os embarques da carne paraguaia totalizaram 223.000 toneladas, gerando receita de US$ 940 milhões, com média de US$ 4.217 por tonelada. Os principais parceiros comerciais do Paraguai em 2016 foram Chile (com 33% do total embarcado), Rússia (com 26%), Brasil (12%), Vietnã (7%) e Israel (7%).