Pecuaristas aprovam retomada de atividades em unidade frigorífica de Nova Xavantina

Redução da alíquota do ICMS e reabertura de planta representam opção em período de crise na pecuária
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A reabertura de uma planta frigorífica no Estado deverá ter impacto direto em duas das principais regiões produtoras de carne, nordeste e parte do sudeste mato-grossenses. A unidade do grupo Mafrig Global Food de Nova Xavantina reiniciou as atividades nesta terça-feira (25) e representa uma alternativa para os pecuaristas das regiões que, há mais de cinco anos, só tinham uma empresa em operação para um rebanho de aproximadamente 5 milhões de gado bovino.

A reabertura de plantas frigoríficas é uma das ações defendidas pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) para a retomada do mercado sustentável no setor. O fechamento de unidades desde a crise econômica de 2008 e consequente concentração da indústria frigorífica prejudicaram o mercado da carne, principalmente para os produtores rurais.

O representante regional da Acrimat em Vila Rica, Anísio Vilela, explica que a retomada de uma unidade ainda é pouco perto do número de plantas que estão fechadas, mas que já representa um avanço. “Neste momento, a reabertura em Nova Xavantina será positiva para todos nós, mas precisamos que mais indústria voltem a abater para garantia de um mercado mais justo”.

Para Teia Fava, pecuarista e representante da Acrimat em Barra do Garças, esta é uma oportunidade para a atividade, um canal a mais de venda que se abre para o produtor. “Imaginamos que agora vamos ter concorrência, com redução na escala de abate e melhores preços para a arroba. É mais competitividade e opção para o pecuarista. Sem falar no impacto para economia da região com a geração de empregos e renda”, afirma Teia Fava.

De acordo com o grupo Marfrig, a expectativa é que 900 postos de trabalho, diretos e indiretos, sejam criados com a reabertura da unidade de Nova Xavantina. Ainda segundo a empresa, a retomada das atividades foi em função de haver maior oferta de bovinos para abate, provocada, sobretudo, pelas características atuais desse mercado na região.

Preços

O boletim semanal do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostra que os preços da arroba não estão em recuperação e registrou o pior índice nos últimos três anos. Segundo levantamento, a cotação do boi gordo à vista atingiu, no dia 19 de julho, o menor valor desde o dia 05 de setembro de 2014, R$ 114,14/@.

Apesar da desvalorização na arroba, o Imea estima uma possível melhora no segundo semestre, com a redução temporária da alíquota de ICMS em Mato Grosso para abate em outros estados e recuperação na BM&F/Bovespa, que já opera com alta nas cotações futuras do boi gordo.