Redução de ICMS estimula mercado interno da carne

Entre julho e setembro, período em o imposto foi reduzido, houve aumento no número de animais abatidos no Estado em comparação com 2016, passando de 1,210 milhão para 1,369 milhão.
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Com o fim do prazo de vigência do crédito presumido que reduziu o Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) do gado de 7% para 4%, os números apontam que houve aumento de 13% no volume de abate em Mato Grosso e de 50% nas exportações de carne. Isso demonstra que, apesar da redução do imposto para o envio de gado para o abate em outros estados, os produtores mato-grossenses priorizam os frigoríficos locais e o mercado interno, sobretudo quando as indústrias valorizam melhor o produto. Entre julho e setembro, período em o imposto foi reduzido, houve aumento no número de animais abatidos no Estado em comparação com 2016, passando de 1,210 milhão para 1,369 milhão.

A redução do ICMS por parte do governo estadual atendeu a uma demanda do setor produtivo que este ano passou por algumas crises com impactos diretos na remuneração do pecuarista. Em março, quando havia previsão de aumento da alíquota de 7% para 9% para o gado em pé, o governo atendeu a primeira solicitação dos pecuaristas e manteve os 7% até final de junho. Novamente, antes que o ICMS fosse elevado para 9%, conforme era previsto, o governo do Estado reconheceu a situação delicada enfrentadas pelos produtores de carne e reduziu a alíquota para 4%.

Para o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Marco Túlio Duarte Soares, a redução do imposto foi essencial para todo o setor. “Hoje vemos que a redução, ao invés de estimular a evasão de animais para o abate em outros estados, estimulou o mercado interno. Com mais concorrência, a indústria remunerou melhor o produtor, aumentou a produção e Mato Grosso ao invés de enviar produto in natura, vendeu com valor agregado”.

Agora, a entidade pleiteia a manutenção da alíquota em 4% até 31 de dezembro para garantir a movimentação aquecida do setor. “Enviamos ao governo, no dia 19 de setembro, um ofício solicitando a manutenção do ICMS em 4%. Esperamos contar mais uma vez com a parceria com um dos principais setores produtivos do Estado”, afirma Marco Túlio.

Apesar da retomada de mercados e crescimento no volume de vendas, o valor da arroba não cresce no mesmo ritmo. Em setembro do ano passado, a arroba do boi era comercializada a R$ 130 na primeira semana do mês e a R$ 132 na última semana, segundo dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). Este ano, a arroba do boi gordo a vista era R$ 127 na primeira semana do mês e R$ 130 na última._