Com o VBP total estimado em R$ 68,874 bilhões este ano, cerca de 20% serão provenientes da pecuária, que projeta R$ 13,856 bilhões. O valor é 7,23% menor que o registrado em 2016, de R$ 14,936 bilhões. A queda no valor da pecuária é decorrente do recuo no preço dos bovinos, que somou valor bruto de R$ 10,546 bilhões em 2016 e de R$ 9,868 bilhões este ano, baixa de 6,42%.
De acordo com o consultor da Associação dos Criadores (Acrimat), Amado de Oliveira Filho, a queda no preço da arroba do boi chegou a 10% este ano. “A desvalorização de preço foi muito grande. Os problemas vêm todos juntos. E é isto que aconteceu com a pecuária este ano. Primeiro tivemos a Carne Fraca, depois a delação da JBS e mais a crise com o mercado externo por causa dos abscessos ocasionados pela vacina. E tudo isso em um momento em que a oferta de bovinos está grande em Mato Grosso”, expõe Amado Filho.
Segundo o especialista, Mato Grosso concentra 43% do volume da pecuária do Centro-Oeste, com cerca de 29 milhões de cabeças, que aliado às crises citadas e à redução no consumo no mercado interno, agravou a situação do setor. “E o VBP impacta o valor da renda líquida do produtor. E quando essa crise começar a melhorar, o pequeno e o médio produtores não terão o que vender por não conseguir repor o estoque”, lamenta Amado Filho.
Ao contrário da bovinocultura, o setor de suínos tem incremento de 8% no VBP, sendo que em 2016 foram R$ 787,216 milhões e este ano a estimativa é de R$ 850,893 milhões. Para o diretor executivo da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Custódio Rodrigues, o avanço é explicado pelo aumento da produção de suínos no Estado. “A suinocultura tem crescido em Mato Grosso, diferente de outros estados do país, que mantiveram o patamar ou até mesmo apresentaram queda. Isso demonstra que o setor deve ser olhado com outros olhos”, pontua. Segundo ele, o Estado possui um plantel de 2,5 milhões de matrizes e a quantidade de abates chega a 2,8 milhões por ano.
