Além de prejudicar avicultores e suinocultores, o milho caro também tem afetado a terminação de bovinos para abate. No entanto, o cenário para a atividade deve mudar no segundo semestre do ano, quando se espera que o poder de compra dos invernistas aumente 20%.
De acordo com analistas, a tendência de crescimento de quase 8% no valor da arroba do boi gordo até outubro e a queda no custo de produção devem garantir maior rentabilidade no segundo giro do confinamento.
A expectativa é de que a arroba do animal chegue a R$ 166 no período, no estado de São Paulo. Já o preço do milho, um dos principais responsáveis pelo aumento no custo de produção, começa a dar sinais de que irá ceder com o início da colheita da segunda safra.
O pecuarista Paulo Henrique Queiroz, do Triângulo Mineiro, conta que vai abater 10 mil bovinos neste ano. Os primeiros animais vão ser enviados aos frigoríficos nas próximas semanas, e a lucratividade do primeiro giro de engorda vai ser menor. O custo da diária, que no ano passado era de R$ 5,50, subiu para R$ 7 neste semestre. O vilão da história é o milho, que dobrou de preço no período.
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Queiroz afirma que trabalha atualmente com milho a R$ 48 a saca. Para diminuir custos, o volume de cereal fornecido na dieta foi diminuído pela metade, substituído por aumento na quantidade de silagem, polpa cítrica, farelo de soja e outros ajustes.
Relação de troca
A projeção para julho é de que a saca de 60 kg do milho atinja um valor de R$ 45. De acordo com a analista Gabriela Milani Manzi, da Scot Consultoria, com o boi gordo a R$ 166/arroba, a relação de troca atinge 3,6 sacas por arroba. “O que acaba sendo 20% melhor do que nós temos hoje”, afirma.
A arroba de boi gordo já valorizou 3,7% nos cinco primeiros meses do ano. Enquanto isso, o boi magro teve valorização de 0,5%. A analista da Scot explica que atualmente são necessárias 13,11 arrobas de boi gordo para a compra de um boi magro. E lembra que essa relação de troca era maior em maio do ano passado: 13,4 arrobas de boi gordo.
Segundo Gabriela Manzi, a expectativa para o próximo semestre é de que a proporção fique ainda mais vantajosa para o confinador.
