“Conquistar novos mercados como Canadá, Japão, México e Caribe”. Esse é o principal objetivo dos produtores mato-grossenses, após país assinar acordo para exportação de carne bovina in natura para os Estados Unidos. A previsão é do superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Francisco Salles de Manzi, em entrevista para o RDNEWS, nesta terça (2).
Com a conquista, após negociações que duraram quase duas décadas, outros acordos devem ser firmados em breve, com outros países. Mesmo sem data marcada, Manzi revela que uma comitiva do Canadá entrou em contato com a Associação e deve vir ao Estado nas próximas semanas. Em 2015, empresários e autoridades japonesas também visitaram o Estado por duas vezes. “Já existe uma primeira conversa e acreditamos que após o reconhecimento americano, seja possível um acordo com estas nações também”.
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Canadá está entre os dez países que mais consomem carne no mundo, ocupando a 9ª posição. O levantamento aponta que um canadense médio consome 99 kg de carne por ano. E entre as carnes mais procuradas está a bovina. Em relação a possíveis números de comercialização com o país, Manzi explica que é muito cedo para estimativas, pois são dados variáveis e dependem de uma série de fatores.
Das 64,8 mil toneladas de carne destinadas ao Brasil pela cota anual de importação dos norte-americanos, pouco mais de 16 mil t devem sair de Mato Grosso. A venda, embora significativa quantitativamente, não representa o maior ganho conquistado com o novo mercado. “O volume em si não é tão representativo, é claro que gera divisas, mas o mais importante é a ratificação da qualidade do nosso produto pelo mercado norte-americano. Um mercado extremamente exigente, que abre portas para muitos outros”, explica Manzi.
Já em relação aos números dos EUA, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), as exportações de carne bovina industrializadas para os EUA somaram US$ 286,8 milhões, em 2015. A tendência é que esse número triplique e cheguem à casa dos US$ 900 milhões após acordo com o país norte-americano.
Com 29 milhões de cabeças Mato Grosso detém o maior rebanho de bovinos do país e é o segundo maior exportador, só perde para São Paulo. No ano passado, o Brasil exportou 1,54 bilhão de toneladas equivalentes carcaças (TEC), deste total, Mato Grosso, foi responsável por 298 milhões de toneladas (TEC). Entre os maiores compradores da proteína estão Países da União Europeia, Oriente Médio e a China.