11 frigoríficos de MT estão aptos

No Estado, o grande beneficiado pela abertura do mercado é o Grupo JBS, que mantém 11 unidades em operação

FRIGORIFICO ()Onze indústrias frigoríficas instaladas em Mato Grosso estão aptas para atender às exigências sanitárias dos Estados Unidos e exportar carne bovina in natura àquele país. A estimativa é do Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo/MT), para as vendas que devem começar em novembro deste ano, depois de 17 anos de negociação entre os 2 países. No Estado, o grande beneficiado pelo novo acordo selado entre Brasil e Estados Unidos será o Grupo JBS, que mantém 11 indústrias de processamento de bovinos em operação em território mato-grossense.

Os EUA liberaram uma cota de 64,8 mil toneladas de carne bovina com tributação controlada para a exportação brasileira. Deste volume, a estimativa do Sindifrigo/MT é que o Estado tenha 25% de participação, o equivalente a 16,375 mil (t) do total. O diretor da entidade, Paulo Tadeu Bellincanta, pontua que esta é uma projeção inicial. “Trata-se de um começo e como não poderia ser diferente, ainda é tímido se comparado ao potencial do Estado, que exporta mais de 300 mil (t) por ano. Esperamos que no próximo ano, o volume seja maior, afinal são os Estados Unidos que estão abrindo as portas ao Brasil”. Bellincanta explica que os atuais mercados compradores de carne bovina do país, principalmente de Mato Grosso, são economias de potencial econômico equivalente ou inferior ao do país, e que o diferencial dos EUA é a possibilidade de ampliar o consumo.

COTAS DE IMPORTAÇÃO – Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apontam que a carne in natura a ser vendida aos norte-americanos poderá ser fresca ou congelada. Outra caraterística do acordo firmado na segunda-feira (1º) em Brasília é que os EUA também vão ter direito de vender carne para o mercado brasileiro, situação gerada a partir dos procedimentos de avaliação técnica independentes, concluídos pelos 2 países, e que reconheceu a equivalência fitossanitária de ambos.

A cota de 64,8 mil toneladas por ano ocorre em razão dos critérios impostos sobre os países da América Central, com tarifa de 4% ou 10%, dependendo do corte da carne. Caso o volume de exportação extrapole o limite estabelecido, a tarifa sobe para 26,4%, o que é considerado impraticável para a indústria frigorífica.

GRUPO JBS – A reportagem entrou em contato com o Grupo JBS para que a empresa avaliasse o assunto, já que se trata da maior processadora de carnes do mundo. Porém, o grupo informou, por meio de assessoria de imprensa, que não vai comentar o tema, pois está em período de silêncio em razão da divulgação dos resultados financeiros do 2º trimestre, a ser realizada no dia 11.

A JBS informou que, por ser companhia de capital aberto, não abre dados de mercado por região ou país. Em Mato Grosso, o grupo possui 11 unidades de processamento de carne bovina em operação, uma de processamento de aves, uma de confinamento, um centro de distribuição de aves, duas indústrias de biodiesel e 3 unidades de processamento de couro.