O comércio internacional é uma via de mão dupla. A afirmação foi feita pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, em palestra para mais de 100 empresários em Seul, na Coreia do Sul. “Queremos ampliar o comércio com a Coreia. Mas, para isso, é preciso que em contrapartida o país aumente a compra de produtos brasileiros”. O Brasil está entrando na reta final das negociações para venda de carne suína para os coreanos e quer iniciar as conversas para abertura do comércio de carne bovina.
O seminário contou com a presença de empresários brasileiros e coreanos, entre eles o presidente da poderosa Associação de Importadores da Coreia (Koima), Myoung Jin Shin. Do lado brasileiro estavam grandes empresas como a Marfrig e a BRF, que tradicionalmente exportam para a Ásia. A Marfrig, por exemplo, tem uma indústria de beneficiamento de carnes nos arredores de Seul. “O Brasil sairá rapidamente da crise se ampliarmos nossas exportações e queremos priorizar o mercado asiático onde estão 51% da população mundial”, reforçou Maggi.
Os empresários coreanos ficaram impressionados com o discurso do ministro, que mostrou que o Brasil pratica uma agricultura sustentável e que 61% do nosso território estão conservados. Blairo frisou que a meta do Brasil é ampliar de 7% para 10% a participação no mercado agrícola internacional em 5 anos.
No encontro, o embaixador do Brasil na Coreia do Sul, Luiz Fernando Serra, disse que o comércio entre os 2 países caiu de US$ 15 bilhões para US$ 5 bilhões por ano. Isto aconteceu, segundo ele, porque a Coreia deixou de privilegiar a parceria com o Brasil, dificultando a entrada de produtos, especialmente as carnes.
