Com uma balança comercial equilibrada entre Brasil e Japão, as negociações entre dos dois países podem avançar ainda mais. A ampliação da participação do país asiático no comércio do Mercosul e, principalmente, no Brasil defendida pelo secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eumar Novacki, durante passagem pelo Japão.
Novacki segue em Missão Ministerial por quatro países desde o dia 1º de outubro. Na quarta-feira, 05, o secretário-executivo do Ministério da Agricultura participou da XIX Reunião Conjunta do Comitê de Cooperação Econômica Brasil-Japão, em Tóquio. A reunião do comitê bilateral, segundo o Ministério, foi mediada pelo coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas, o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues.
O Brasil tem como meta, imposta pelo ministro Blairo Maggi, ampliar sua participação no comércio mundial de 7% para 10% em cinco anos.
De acordo com Novacki, a balança comercial entre Brasil e Japão é equilibrada e pode avançar ainda mais, especialmente no que diz respeito aos embarques de carnes. O secretário-executivo do Ministério da Agricultura busca no Japão a abertura da exportação de carne bovina termoprocessada, como o Agro Olhar já comentou, bem como da carne in natura, cuja previsão, neste caso, é que as negociações sejam concluídas em até um ano e meio. A pauta no país asiático inclui ainda os lácteos e frutas.
Em contrapartida para a abertura de mercado para o Brasil, o Japão quer abrir espaço para enviar carnes da raça wagyu, o que de acordo com o secretário-executivo do Ministério não há problema.
Novacki, na reunião, salientou que o sistema produtivo brasileiro atua de forma responsável, utilizando tecnologia e inovação para garantir maior produtividade e ao mesmo tempo contribuído para a preservação do meio ambiente.
“O mundo discute segurança alimentar e sustentabilidade, e o Brasil tem o que mostrar nessas duas áreas. Produzimos com consciência social. Os nossos agricultores querem banir o trabalho escravo e o trabalho infantil”, observou Novacki.
FAO, Rússia e Armênia
Na última segunda-feira, 03, Eumar Novacki participou painel da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), no qual falou sobre “Tendências de longo prazo dos preços das commodities e desenvolvimento agrícola sustentável”.
Nos próximos dias ele segue para a Rússia, onde o principal ponto a ser negociado é a ampliação do número de plantas frigoríficas autorizadas para exportar carne, além da abertura de mercados para mel, frutas, ovos, lácteos e rações para animais de pequeno porte (pets). Os russos, por sua vez, querem aumentar os seus embarques para o Brasil de pescado e trigo.
A última etapa da missão de Novacki é na Armênia, onde se buscará transformar em acordos comerciais os memorandos de entendimento e cooperação assinados pelo presidente Michel Temer e o presidente da Armênia, Serzh Sargsyan, que esteve no Brasil em agosto. “Será a primeira missão oficial após a visita e a ideia é estender ao mercado de carnes armeno a possibilidade de exportação dos mesmos estabelecimentos que já atendem a Rússia”, afirma o secretário-executivo do Mapa.