Após bater recordes, o preço do bezerro registrou a segunda desvalorização consecutiva em Mato Grosso, ficando em R$ 1.195 por cabeça, no início deste mês. Queda de 0,98% em relação ao mês anterior (R$ 1.207). O valor também ficou abaixo do cotado em 2.015, quando o animal era vendido a R$ 1.242.
Cinco anos atrás o pecuarista precisava desembolsar a metade desse valor para comprar um bezerro, que custava em outubro de 2011, R$ 690. De lá pra cá, o preço do animal com 12 meses dobrou. Os dados são referentes ao Boletim Semanal da Bovinocultura elaborado pelo Imea.
Conforme explica o zootecnista e gerente de projetos da Acrimat, Fábio Silva, a tendência é que o valor do animal continue cedendo, após forte alta no início deste ano. Em algumas regiões do Estado, como o Sudeste, que inclui os municípios de Pedra Preta e Rondonópolis, o bezerro chegou a ser vendido a R$ 1,4 mil.
O Imea registrou o valor de R$ 1.324 em maio deste ano, ante os R$ 1.315 registrados no mesmo período do ano anterior, um acréscimo de 0,64%, de um ano para outro. “Parece pouco, mas na somatória a diferença é bastante grande”, ressalta.
Desvalorização
A queda no preço do bezerro está atrelada a diversos fatores, entre eles, a situação ruim dos pastos em razão da forte estiagem pela qual Mato Grosso passou. “Os compradores estão tímidos neste momento e não estão fazendo compras. As propriedades tendem a estar com um pasto ruim. Os que fazem compras, são pontuais e as negociações acabam ficando abaixo da média de preço que vem sendo praticada”, explica Fábio.
Nos próximos dois anos, o preço do animal tende a continuar recuando, mas o motivo será a grande oferta ocasionada pela retenção de fêmeas que ocorreu entre 2014 e início deste ano. “O fato de muitos estarem produzindo bezerros vai impactar o mercado de reposição de bovinos, em longo prazo o preço deve continuar cedendo”.