A quantidade de carne bovina mato-grossense exportada no acumulado dos 10 primeiros meses deste ano foi 15,5% maior que em igual período de 2015. O volume passou de 307,009 mil toneladas para 354,867 mil (t) de um ano para outro. Em contrapartida, o valor gerado caiu 2,41% no período, passando de US$ 1,096 bilhão para US$ 1,069 bilhão, demonstrando a desvalorização da commodity no mercado internacional. Os dados são do banco de Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro (Agrostat), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Entre os países que tiveram maior desempenho na participação das exportações do Estado em 2016 está o Japão, que ampliou em 41,3% a quantidade de carne importada de Mato Grosso. Em 2015 foram comercializadas 21,493 mil toneladas enquanto que neste ano foram 30,385 mil toneladas. A carne mato-grossense também é valorizada naquele país, sendo que houve aumento de 56,9% no valor gerado com a venda do produto, passando de US$ 37,813 milhões em 2015 para US$ 59,434 milhões nos 10 primeiros meses de 2016. Essa projeção tende a aumentar nos próximos meses, já que o Japão está prestes a eliminar a barreira de importação de carne in natura de países livres de febre aftosa com vacinação. Por ora, o país só permite a entrada de carnes in natura de países como Austrália e Uruguai, que mantêm o status de livre da febre aftosa sem vacinação. No Brasil, apenas Santa Catarina possui esta condição e Mato Grosso está pleiteando a inclusão nesta lista do Mapa.
A novidade foi anunciada pelo vice-ministro de Assuntos Internacionais do Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão, Hiromichi Matsushima, que esteve com o ministro Blairo Maggi (Mapa) nesta sexta-feira (2), em Cancún (México), onde está sendo realizada a COP 13, a Conferência da Biodiversidade. De acordo com Matsushima faltam apenas resolver algumas questões burocráticas no Ministério da Saúde do Japão. Ele destacou o avanço das negociações iniciadas pelo secretário-executivo do Mapa, Eumar Novacki, em outubro, para ampliar o comércio entre os dois países.
O vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos de Mato Grosso (Sindifrigo), Paulo Tadeu Bellincanta, avalia que a ampliação da demanda por carne bovina é sempre interessante para a indústria, e avalia como positiva a possibilidade de enviar carne in natura ao Japão, já que esta é forma mais comum de exportação.