Abate de bovinos tem leve alta

Este ano foram enviados aos frigoríficos 3,423 milhões de bovinos

abate4Mato Grosso está produzindo mais carnes bovina, suína e de frango. Também garante mais ovos e couro. Apenas a produção de leite está inferior à oferta registrada em 2015, como mostra a pesquisa trimestral do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesta quinta-feira (15) foram divulgados os dados do abate e produção de leite, couro e ovos, relativos ao 3º trimestre. O cômputo dos 3 trimestres de 2016 mostra que foram enviados aos frigoríficos mato-grossenses o total de 3,423 milhões de bovinos, acréscimo de 0,17% ou 6,487 mil animais sobre 2015, quando foram 3,417 milhões.

Enquanto o volume de abates no Estado praticamente se manteve, no restante do país houve queda de 3,05%. Nos 3 trimestres de 2016 os abates bovinos totalizaram 22,256 milhões, ante 22,958 milhões em 2015.

De acordo com o IBGE, Mato Grosso continua liderando os abates de bovinos no país. No próximo ano, o segmento frigorífico identifica a tendência de uma demanda inversa à oferta. “Espera-se uma oferta maior porque o confinamento diminuiu diante da elevação dos preços do milho. Então, esses animais que não foram confinados ficaram no pasto e serão direcionados ao abate em 2017”, resume o vice -presidente do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos de Mato Grosso (Sindifrigo), Paulo Bellincanta. Por outro lado, o desemprego aumentou de 7 milhões em 2015 para 12 milhões atualmente, contextualiza Bellincanta. “Todos os indicadores traçam um panorama de dificuldades, mas sem piorar. Por isso, não há indicação de retorno da economia que projete consumo. Isso deve acontecer a partir de 2018”.

Se a demanda retraída é ruim para a indústria, a ampliação da oferta de animais pode elevar o aproveitamento da capacidade industrial. “As indústrias de Mato Grosso estão com capacidade ociosa em torno de 34% e a média nacional é de 29%”. Conforme Bellincanta, para ter margem de lucro positiva, as indústrias precisam operar com ociosidade abaixo de 30%.

Ao falar sobre a demanda internacional, ele diz que o esforço do governo federal em ampliar mercados deixa o setor na expectativa de vender mais. “A China prometeu abertura para novas plantas, mas isso ainda não aconteceu. Os Estados Unidos também não têm correspondido em volume”. Para ele, a atuação do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, merece reconhecimento, mas a abertura de mercado é um processo lento.

Sobre o preço da carne no varejo, Bellincanta entende que pode reduzir mais ao consumidor. “Já deveria estar ocorrendo essa redução”. Contudo, a cotação da arroba do boi gordo não pode recuar além do preço atual, para não inviabilizar a pecuária. “O boi mais barato é um tiro no pé também para a indústria”. No norte mato-grossense, as indústrias pagam cerca de R$ 126 pela arroba do boi gordo. No Sul do Estado, a cotação está em torno de R$ 130/arroba.