O governador de Mato Grosso Pedro Taques está nesta terça-feira (21) em Brasília e participou, ainda nesta manhã, de uma reunião com o presidente da República, Michel Temer. Na oportunidade, aproveitou para apresentar o Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac), que irá rastrear e certificar toda a produção da carne no Estado. A iniciativa inédita no país tem objetivo de unir os sujeitos da cadeia, produtor, indústria e governo, para garantir a qualidade e origem da carne que chega à mesa do consumidor.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) é parceira do governo na implantação do Imac no Estado. De acordo com o presidente da entidade, Marco Tulio Duarte Soares, o consumidor está cada vez mais exigente e busca produtos que tenham qualidade e procedência. “Para permanecer e expandir no mercado da carne, é preciso comprovar a qualidade e os métodos utilizados na produção. E o Imac vem justamente certificar que se os critérios socioambientais e sanitários são adotados. Quanto mais mecanismos de fiscalização e regulamentação existirem, menos vulnerável é o negócio”.
Em meio aos desdobramentos da Operação Carne Fraca, desencadeada na última sexta-feira (17) pela Polícia Federal, Pedro Taques foi até Brasília a fim de amenizar os impactos para o setor em Mato Grosso. Uma das ferramentas que podem ser utilizadas para comprovar a origem do alimento é justamente o Imac. “O Imac possui uma construção jurídica diferenciada formada por pecuaristas, indústria e governo para atuar na auto-regulamentação do setor, tratando da rastreabilidade e certificação. Trouxemos ao presidente para que conheça este trabalho desenvolvido em Mato Grosso”.
O Estado possui o maio rebanho comercial de gado, com 30,2 milhões de cabeças e é o 2º maior exportador de carne. Segundo o governador Pedro Taques, a crise é grave e terá consequências, mas que será superada. “Vamos atuar junto ao Ministério da Agricultura para mitigar os efeitos e reduzir os prejuízos à economia mato-grossense e do país”.
Como funcionará
O Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac) foi lançado a pouco mais de um ano e sua operação está prevista para este semestre. Por meio de um sistema que integra informações da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), da Secretaria de Estado de Fazendo (Sefaz) e do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), o órgão vai cruzar os dados de todos os animais que chegam nas plantas frigoríficas instaladas no Estado.
A carne de animais rastreados que tiverem com todos os documentos exigidos, sem nenhuma restrição fiscal, socioambiental e sanitário em dia vai receber o selo do Imac. Além disso, quatro balanças serão instaladas na indústria para garantir ao pecuarista mais transparência com relação ao peso da carcaça.
Com relação à qualidade da carne, os animais que atenderem aos critérios da indústria e passarem pela auditoria dos representantes do Imac vão receber um segundo selo, atestando que aquela peça tem qualidade superior.