Nos últimos cinco anos a presença da Brucelose diminuiu cerca de 50% nos rebanhos de Mato Grosso, depois da implantação do calendário de vacinação e ações complementares que fazem parte do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose. Para avançar no combate à doença, Mato Grosso criou um Comitê Consultivo sobre a Brucelose Bovina de Mato Grosso (CCBB-MT), visando normatizar o controle da doença no estado.
A brucelose é uma zoonose, ou seja, uma doença infecto-contagiosa que pode ser transmitida dos animais para o ser humano e vice-e-versa. Diferentemente da aftosa, o contágio é fácil e ocorre geralmente em pessoas que estão em contato direto com animais. A infecção também pode ocorrer ao ingerir leite não pasteurizado, produtos lácteos contaminados (queijo e manteiga, por exemplo) carne mal passada e seus subprodutos. Além dos riscos à saúde a doença acarreta problemas sanitários importantes e prejuízos expressivos para a cadeia produtiva.
Para tentar dar fim a brucelose, o Comitê está traçando novas diretrizes para o controle no estado, uma vez que estudos mostram a redução na prevalência tanto de animais quanto de foco, disse o presidente do Indea, Guilherme Nolasco. “A intenção é construir uma nova legislação, moderna, tendo em vista a evolução da pecuária, e a disponibilidade de outra vacina no mercado”.
Números
Um estudo realizado em 2002 demonstrou uma prevalência de brucelose em Mato Grosso, de 41,2% de focos e 10,2% de animais. No mesmo ano, o Serviço Veterinário Oficial iniciou as ações preconizadas no Programa Nacional com implantação de vacinas e outras campanhas visando a diminuição dos números da doença no estado.
Em 2014, um segundo estudo analisou novamente a situação da doença que revelou uma prevalência de 24% de focos e 5,1% de animais, uma redução significativa em relação ao estudo realizado em 2002, porém, segundo Nolasco, os resultados demonstraram valores de prevalências de focos ainda expressivos em Mato Grosso.
“O Comitê poderá identificar e eleger a melhor alternativa para que o estado continue a evoluir no controle da brucelose, otimizando tempo e evitando perdas econômicas e de saúde pública”, explicou.