O setor produtivo de Mato Grosso entrega ainda nessa semana ao Ministério da Agricultura um conjunto de propostas elaboradas por entidades locais para auxiliar na construção do novo Plano Agrícola e Pecuário (PAP), o chamado Plano Safra 2017/18. O documento traz 32 propostas que conforme o agro mato-grossense tem como finalidade auxiliar o governo federal na elaboração da política agrícola do País.
As entidades que constituem o Fórum Agro MT – Famato, Aprosoja, Ampa, Acrimat, Acrismat e Aprosmat – e o governo de Mato Grosso assinaram anteontem esse mesmo documento elaborado em conjunto com o Estado onde elencaram prioridades ao setor local e nacional.
“O Fórum Agro é o encontro das entidades do setor para debater os temas mais relevantes do momento e decidir como iremos atuar. A elaboração desta proposta para o PAP é um exemplo disso. Nossa expectativa é de que as sugestões apresentadas sejam acatadas, principalmente levando em consideração a nossa liderança no cenário nacional”, declarou o presidente do Fórum Agro MT e da Famato Normando Corral, Corral. Como reforça, a iniciativa de entregar um documento comum e chancelado por todos se deve ao destaque da produção estadual, que responde por 25% de tudo o que é produzido no Brasil.
A principal proposta levada por Mato Grosso a Brasília, é que sejam disponibilizados recursos da ordem R$ 205 bilhões para o PAP 2017/18, mantendo o rebaixamento da taxa de juros seguindo a direção do que a Selic está trazendo ao mercado.
Também foi solicitada a implantação de um novo plano de armazenagem, principalmente para Mato Grosso. Atualmente, no Estado existe um déficit de quase 35 milhões de toneladas, praticamente metade do que é produzido.
Segundo o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ricardo Tomczyk, essa não é uma proposta apenas do setor da produção rural e sim de todo o estado de Mato Grosso. “O segmento entende que a proposta do Estado vai influenciar na construção do próximo Plano Safra, que é considerado vital para o agro brasileiro, em especial para Mato Grosso”.
Para o presidente da Aprosoja, Endrigo Dalcin, as demandas de Mato Grosso são maiores do que de muitos outros estados com melhor infraestrutura. “Eles têm infraestrutura como estradas, armazenamentos bem maiores e com módulos menores. E as necessidades dos produtores dos outros estados, como por exemplo, da região Sul são menores. Então, essa proposta de Mato Grosso é importante porque ela vai balizar um estado demandador de recursos”, explicou Dalcin.
Outra reivindicação considerada de extrema importância é a redução da taxa de juros para o custeio agrícola e pecuário para 6,5% a.a, para produtores enquadrados acima dos níveis de Pronaf e Pronamp.
Para os produtores de soja, milho e para a pecuária foi solicitado que seja retirada a trava do limite global, ou seja, hoje, por exemplo, o produtor pode adquirir até R$ 3 milhões de recursos se ele tiver limite, sendo 60% no primeiro semestre e 40% no segundo semestre. “Estamos pedindo que retirem essa divisão de primeiro e segundo semestre, para que esse valor possa ser acessado sem período determinando no ano”, apontou Dalcin.
