Quase dois meses depois da Operação Carne Fraca, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, considera que o país conseguiu recuperar sua imagem de bom produtor em relação a representantes de outros países. Ele defende a seriedade do segmento comandado por frigoríficos, apesar do reforço da fiscalização por parte de outras nações ao produto brasileiro e de dúvidas sobre o comportamento de distribuidores e consumidores em geral.
“Vencemos uma etapa importante que é a etapa da relação governamental, quer dizer, de os países reconhecerem aquilo que nós fizemos como uma coisa correta, uma coisa séria e aceitável no mercado. Isso é um ponto que para mim já está resolvido”, disse Maggi na abertura da 24ª Agrishow, feira de agronegócio que começou nesta segunda-feira (1) em Ribeirão Preto (SP).
Deflagrada em 17 de março, a Operação Carne Fraca levantou suspeitas sobre corrupção de fiscais agropecuários e venda de carne estragada de frigoríficos. A divulgação gerou restrições à importação da carne brasileira por parte de alguns países, mas, segundo relatório do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), as exportações do produto nacional subiram 9% em março.
Apesar de considerar a etapa vencida, em maio o ministro tem uma agenda dedicada a encontros em países como a Bélgica para falar sobre a a carne brasileira.
Fiscalização
Maggi destaca que, desde que a operação foi realizada, o governo federal rastreou e fiscalizou os 21 frigoríficos, além de ampliar o acompanhamento de outras empresas não citadas nas investigações.
“Encontramos alguns problemas, alguns foram interditados, outros já foram reabilitados. Estamos permanentemente com ações nessas áreas, não só nos frigoríficos que foram ali citados, mas nos demais”, diz.
O ministro coloca também que os problemas apontados na força-tarefa evidenciam uma questão de saúde pública em que o consumidor deve atuar.
Ele cita a responsabilidade das pessoas em geral na fiscalização da qualidade do produto brasileiro, sobretudo depois que este deixa os frigoríficos e vai para as prateleiras dos supermercados.