Integração eleva a produção

No sistema ILPF verificou-se produtividade de 40,6 arrobas por hectare, 10 vezes mais que a média atual
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É imperativa a necessidade de aumentar a produtividade no campo para atender a crescente demanda por alimentos. Na pecuária, o uso de sistemas integrados possibilita o décuplo da produção média atual, como atestam experimentos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Agrossilvipastoril. Realizados em parceria com a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e Associação dos Criadores do Norte de Mato Grosso (Acrinorte), esses estudos revelaram que a produção integrada de lavoura-pecuária-floresta (ILPF) foi mais eficiente no ganho de peso de bovinos de corte da raça nelore, que é predominante em Mato Grosso. No sistema ILPF verificou-se produtividade de 40,6 arrobas por hectare, 10 vezes superior à média atual de 4 arrobas por hectare em Mato Grosso. No país, a produtividade média chega a 6 arrobas por hectare.

Pelo 2º ano consecutivo, a pesquisa compara 4 sistemas produtivos, sendo eles a pecuária exclusiva, integração lavoura-pecuária (ILP), integração pecuária-floresta (IPF) e ILPF completa, sendo este o mais eficiente no ganho de peso dos bovinos. O estudo foi conduzido pela Embrapa Agrossilvipastoril numa área de 72 hectares no campo experimental da instituição em Sinop (a 500 km de Cuiabá).

No sistema em que a área foi ocupada com lavoura de soja e milho combinada com braquiária por 2 anos, seguida por 2 anos de pastagem com Brachiaria brizantha cv. Marandu, com linhas simples de eucalipto a cada 37 metros, obteve-se 40 arrobas por hectare no ano, em média. O número é 30% superior às 30 arrobas que foram obtidas nos demais sistemas e 10 vezes maior do que a média de produção estadual, de 4 arrobas por hectare.

Como reforça o pesquisador em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte da Embrapa Agrossilvipastoril, Bruno Carneiro e Pedreira, o recorde de produtividade na pecuária com sistema ILPF foi verificado durante 2 anos de avaliações sequenciais. No ano 1 (2015/2016) foram aplicados 50 quilos de fertilizantes (NPK) e fornecidos 0,1% de suplemento protéico. No ano 2 (2016/2017) aplicou-se 100 quilos de fertilizantes (NPK) e suplementou-se com 0,2%.

“Isso nos permitiu avaliar 2 níveis de tecnologia na produção pecuária, em todos os sistemas avaliados”, expõe o pesquisador. “Com isso, registramos ganhos médios de 24% em acúmulo de forragem, de 24% em taxa média de lotação, de 15% em ganho de peso e, por fim, de 40% em ganho em peso por hectare, à medida em que aumentou-se o aporte tecnológico”. Ao final do experimento, constatou-se que o sistema mais produtivo foi o ILPF que no ano 1 produziu 30 arrobas por hectare e no ano 2 alcançou 40 arrobas por hectare;ano, registra Pedreira.

Conforme observa o presidente da Acrimat, Marco Túlio Duarte Soares, a tecnologia na produção de carne bovina é importante para todos os portes de propriedades, desde a produção de bezerros até a fase de terminação. “Na pecuária de corte, a rentabilidade do negócio está diretamente vinculada ao nível tecnológico utilizado pelo produtor”, comenta. Como cada propriedade possui características próprias, o 1º passo para melhorar o nível tecnológico na atividade pecuária é realizar um diagnóstico sobre o que está implantado e o que precisa ser adicionado. “A partir daí é buscar as melhores fontes de financiamento e promover os necessários investimentos, sempre com olhar sobre os custos de produção e a possibilidade de renda”, orienta o presidente da Acrimat.