Abate de bovinos cai em MT com maior participação de fêmeas

O resfriamento do mercado de reposição reduziu a rentabilidade dos pecuaristas e aumentou o descarta de matrizes
Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no whatsapp

Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) relativos ao primeiro semestre mostram que o abate de bovinos em Mato Grosso atingiu 2,18 milhões de cabeças, volume 3,6% inferior ao mesmo período do ano passado.

Ao comentar a informação, os técnicos do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) observam que a proporção de fêmeas nas escalas de abate cresceu 7,1 pontos no período, saindo de 34,3% para 41,4%.

Segundo eles, a maior participação de fêmeas se deve ao esfriamento no mercado de reposição, que vem diminuindo a rentabilidade dos pecuaristas que trabalham com a cria e recria de bovinos, e levando a entregar as matrizes, a fim de gerar caixa.

Eles destacam que os dados confirmam que a retenção de fêmeas não tem sido mais a realidade do mercado, “e caso isto perdure, o aumento na oferta de fêmeas para abate pode pressionar o preço da arroba”.

Em relação à produção de carne, o volume produzido em Mato Grosso no primeiro semestre somou 564,5 mil toneladas, volume 4,8% inferior a igual período do ano passado.

Os técnicos explicam que a redução é reflexo da Operação Carne Fraca deflagrada em março deste ano, bem como das incertezas políticas e econômicas, que pressionaram o preço da arroba e desestimularam os produtores a entregar os animais para abate.

Um outro aspecto foi o aumento da participação das fêmeas nas escalas dos frigoríficos, que reduziram o rendimento de carcaça por animal. “Contudo, nota-se uma recuperação no preço da arroba nas últimas semanas, e aliado as entregas dos animais de confinamento podem contribuir para um aumento na oferta de animais e aumentar a produção neste segundo semestre de 2017”, dizem eles.