MT detém a 2º maior área produtiva do país

Mato Grosso abriga a 2ª maior área de sistemas integrados agropecuários do país.
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Dos 11 milhões de hectares ocupados no Brasil com produção consorciada entre lavoura, pecuária e floresta, 1,5 milhão de hectares estão no território mato-grossense.

O líder nesta modalidade de produção é o Mato Grosso do Sul, com 2 milhões de hectares. Para ampliar a difusão de informações sobre o assunto será realizado em Rondonópolis (a 212 km ao Sul de Cuiabá) o 2º Congresso Brasileiro de Sistemas Integrados de Produção Agropecuária (Sipa).

O evento nacional está programado para ocorrer entre os dias 4 a 8 de junho e é organizado pelo Grupo de Pesquisa e Inovação em Sistemas Puros e Integrados de Produção Agropecuária (GPISI), vinculado ao Instituto de Ciências Agrárias e Tecnológicas (Icat) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Campus de Rondonópolis.

A expectativa dos organizadores é reunir 500 participantes, entre acadêmicos de graduação e pós-graduação, profissionais e  pesquisadores no tema.

Como explica a vice-presidente do Congresso e professora do curso de Engenharia Agrícola do Icat/UFMT, Francine Damian, a proposta do evento é difundir conhecimentos a respeito de Sistemas Integrados de Produção Agropecuária (SIPA), em nível local, regional e nacional. Com isso, viabilizar a diminuição de processos erosivos, a recuperação de áreas degradadas e o aumento da rentabilidade e da sustentabilidade dos sistemas produtivos. “A integração de sistemas, que pode ser entre lavoura-pecuária, pecuária-floresta ou lavoura-pecuária-floresta, possibilita melhorias na qualidade do solo, na produção de grãos, na qualidade da pastagem, no ganho de peso dos animais”, elenca a engenheira. Ao consorciar a produção  agrícola com a pecuária, opção mais comum em Mato Grosso, verifica-se melhora na qualidade física, química e biológica do solo. “Por causa da presença do animal no sistema, há um reforço no volume de nutrientes no solo, com aumento da  biodiversidade e presença de microorganismos”. Outra vantagem é a diminuição de pragas e doenças nas lavouras e pastagens, com ganho na rentabilidade para o produtor.

“Com a melhora da qualidade do solo devido à disponibilidade maior de palhada, haverá menos incidência de plantas invasoras, não somente pragas”.

Como exemplo de produção consorciada, Francine cita alguns casos de sucesso, como de uma produtora em Petrolina (PE) que investe na criação de ovinos, combinada com a produção de uvas. Em Goiás, no município de Ipameri, a iniciativa pioneira de uma produtora rural ao adotar o sistema integrado de produção possibilitou retomar a renda na propriedade. Com apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a gestora da fazenda investiu em integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e passou a produzir 25 arrobas de carne bovina por hectare, bem acima da média verificada no Centro-Oeste, de duas a 3 arrobas por hectare. Ao atingir esse resultado, a fazenda goiana tornou-se referência no assunto, exemplifica a engenheira.“Esses são alguns casos de sucesso que serão apresentados no Congresso”. Segundo os organizadores do evento, pela 2ª vez se promove um debate nacional sobre o tema Sistemas Integrados de Produção Agropecuária (Sipa). Dessa forma, amplia-se a discussão e aplicação dessa modalidade de produção em cada região do país, considera a engenheira.