Número de animais confinados deve crescer quase 2% em MT

Ainda é a primeira de uma série de três estimativas
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Ainda é a primeira de uma série de três estimativas. Mas a pesquisa que revela as perspectivas dos pecuaristas mato-grossenses quanto à engorda de animais em regime fechado traz informações importantes – e que merecem atenção.

O levantamento ouviu representantes de 134 dos 216 confinamentos instalados no estado e constatou que ao mesmo tempo em que há cautela, há também um certo otimismo entre os confinadores. Sim, otimismo!

Alguns números ilustram esta dupla “característica”. A começar pela perspectiva de que saiam dos confinamentos pelo menos 13.535 bovinos a mais que no ano passado, aumento de 1,95% em relação à 2017, chegando a 707.680 animais ao todo.

Interessante frisar que a previsão de maior aposta na engorda no cocho ocorre mesmo diante do encarecimento do preço do milho e do farelo de soja – principais ingredientes usados na alimentação da boiada. A reposição também tem pesado mais no bolso do produtor.

Diante dos custos maiores, muita gente antecipou as compras. Segundo a pesquisa, 86% dos pecuaristas que confirmaram o interesse em confinar este ano, já deram início à aquisição dos insumos – e adquiriram em média 66% do total necessário.

A compra de animais para engorda também está nessa média (67,9%). Isso significa que mais de 480 mil bovinos que vão ser confinados este ano já foram adquiridos. Por outro lado, também significa que os pecuaristas ainda precisam comprar mais de 227 mil animais. E a dúvida é saber a que preço será feita esta aquisição.

Outro dado que chama atenção é a quantidade de confinadores que ainda não decidiram se vão ou não confinar este ano: 20,4%. Ou seja, um em cada cinco produtores está indeciso quanto à viabilidade do negócio em 2018.

Essa dúvida está diretamente atrelada às incertezas sobre o futuro do mercado do boi gordo. Depois de quedas repentinas e elevadas nas cotações no ano passado (recuo de 11% em um período de apenas 3 meses), a atual estabilidade ainda não é vista com segurança por muitos pecuaristas. Nada menos que 45% dos confinadores apontaram que o preço do boi gordo é a maior preocupação para a atividade em 2018.

Apesar da apreensão, as ferramentas normalmente usadas como mecanismos de proteção das oscilações do mercado (contratos futuros na B3 e contratos a termo com frigoríficos), foram pouco utilizadas pelos produtores até aqui. Aliás, o volume “travado” com antecedência é o menor da série histórica do Imea. Até o fim do mês de abril apenas 3,66% dos bovinos que devem ser confinados foram comercializados. Nos quatro primeiros meses do ano passado esse volume chegava a 8% e, entre janeiro e abril de 2016, nada menos que 42% dos animais que viriam a ser confinados já estavam vendidos.