Funcionamento das indústrias volta ao normal

Abates de bovinos, suínos e frangos estão normalizados em Mato Grosso. As indústrias frigoríficas que ainda estavam paralisadas retornaram às atividades nesta terça-feira (5)
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Abates de bovinos, suínos e frangos estão normalizados em Mato Grosso. As indústrias frigoríficas que ainda estavam paralisadas retornaram às atividades nesta terça-feira (5). Laticínios também retomaram a captação de leite. Com isso, a oferta dos produtos de origem animal volta ao normal no varejo, afirmam representantes do segmento no Estado. Com a paralisação do transporte rodoviário de cargas por 10 dias e encerrada no último dia 28, foram suspensos os abates de bovinos em 29 frigoríficos habilitados com Serviço de Inspeção Federal (SIF) e aptos a atender o mercado interno e internacional, segundo o Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo).

Com isso, 84 mil trabalhadores ligados direta ou indiretamente à atividade frigorífica ficaram ociosos. Diariamente 16,5 mil bovinos deixaram de ser abatidos com a paralisação dos frigoríficos. A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) chegou a estimar as perdas financeiras na pecuária de corte, antes do encerramento dos protestos dos caminhoneiros no Estado. Cálculos preliminares apontaram prejuízos diários de R$ 36,5 milhões com a queda na comercialização dos animais.

Além da bovinocultura de corte, a avicultura e suinocultura mato-grossenses foram afetadas com a paralisação de 5 frigoríficos de abates de frango e 5 de abates de suínos, informaram a Associação Matogrossense de Avicultura (Amav) e Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat).

Com a suspensão nos abates de frango durante a paralisação do transporte rodoviário de cargas em Mato Grosso, as indústrias locais contabilizam perdas financeiras de R$ 14,5 milhões, segundo informaram as empresas à Amav. Por dia são abatidos 2 milhões de frangos em Mato Grosso.

Perdas compatíveis às da avicultura foram verificadas pelos suinocultores, que averiguaram prejuízo de R$ 13,250 milhões durante 5 dias de paralisação dos frigoríficos, conforme calculado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a pedido da Acrismat. O cálculo considera abate diário de 11,280 mil suínos, com peso médio de 87,99 kg cada animal e preço médio de R$ 2,67 (kg). Além das perdas com a interrupção nos abates e na comercialização da carne, houve prejuízos com animais mortos devido a falta de ração. “A normalização total na suinocultura deve ser percebida só em 6 meses”, comenta o diretor da Acrismat, Custódio Rodrigues.

Reajustes

A falta de produto nos laticínios provocada pela dificuldade na captação do leite será compensada agora com novos preços para o consumidor, segundo o Sindicato das Indústrias de Laticínios de Mato Grosso (Sindilat/MT). Presidente da entidade, Antônio Bornelli, afirma que houve aumento de até 15% no preço pago pelo leite ao produtor. Diante disso, os laticínios repassam a majoração nos produtos para o varejo.

Em relação aos preços das carnes bovina, suína e de frango, o Imea aponta variações. Nos supermercados da Baixada Cuiabana, o preço da carne bovina recuou desde o início do ano. Segundo os analistas do instituto, a fraca demanda pela proteína é o principal fator influenciador da queda. Por outro lado, as carnes de frango e suína registraram valorizações, com respectivas altas de 5,53% e 13,36% em maio, ante março. “Tal condição melhora a competitividade da carne bovina, principalmente em relação à carne de frango, sua maior concorrente”, avalia o Imea, no boletim semanal divulgado na segunda-feira (4). Ainda assim, a relação entre a carne bovina e a carne de frango segue acima da média histórica, já que em maio foi possível adquirir 3,95 kg de frango com o valor equivalente a 1 kg de carne bovina.