Entidades de MT estão entre as 39 que repudiam as alterações

Um grupo de 39 entidades ligadas ao agronegócio assinou manifesto repudiando a medida provisória que legaliza o tabelamento dos fretes.
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Um grupo de 39 entidades ligadas ao agronegócio assinou manifesto repudiando a medida provisória que legaliza o tabelamento dos fretes. Entre as entidades estão cinco mato-grossenses: Acrimat, Aprosoja/MT, Famato, Aprosmat e Ampa.

O texto lembra que, além de já ter elevado o IPC Fipe de junho para a área de alimentos em 3,14% – em abril tinha sido -0,10% –, a medida trouxe danos irreparáveis à comercialização da safra 2017/18, uma vez que os laticínios estão pagando 40% mais caro para buscar o leite no produtor e a indústria da soja está movimentando produtos pagando um frete 30% mais elevado. Outra consequência negativa do tabelamento do frete será uma queda de 10% estimada nas exportações de milho neste ano. A votação no plenário da Câmara da MP 832/2018, que trata da tabela do frete, está prevista hoje. Para as organizações do setor, a legalização da tabela seria uma “grande irresponsabilidade”.

Fora os efeitos imediatos do tabelamento do frete, a nota das entidades sustenta que o pior ainda está por vir. Segundo elas, a safra de grãos 2018/19 precisa ser plantada entre setembro e novembro deste ano e não se faz uma safra de mais de 200 milhões de toneladas sem fertilizantes. Ocorre que o tabelamento do frete não só impediu o produtor rural de comprar o insumo no calendário correto, como também está impondo custos muito mais altos. Alertam, nesse sentido, que a safra a ser colhida em 2019 terá custos de produção muito mais elevados, o que significa elevação mais acentuada dos preços dos alimentos ao consumidor final, com reflexos negativos sobre a inflação.

Ainda conforme o comunicado, todos os esforços dos vários representantes do agronegócio propondo alterações ao texto “não sensibilizaram” o relator da matéria, deputado Osmar Terra, que manteve o texto sem mudanças significativas em comparação à MP enviada ao governo federal em maio. A nota conclui que o tabelamento de frete obriga o setor produtivo a arcar, via aumento dos custos do frete, com as “ineficiência criadas pelo governo federal” no setor de transporte rodoviário de carga. Em função disso, as 40 entidades se recusam a dar apoio a este tabelamento e solicitam que os parlamentares não aprovem a MP.