Scot: tendência para pecuária é de preços firmes e alta de custos de insumos

O cenário para a pecuária brasileira no curto prazo, ao menos até o início de 2019, é de preços firmes e de alta nos custos puxada pela valorização do dólar, segundo analistas da Scot Consultoria, durante encontro em Ribeirão Preto (SP)
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O cenário para a pecuária brasileira no curto prazo, ao menos até o início de 2019, é de preços firmes e de alta nos custos puxada pela valorização do dólar, segundo analistas da Scot Consultoria, durante encontro em Ribeirão Preto (SP). A demanda interna será incerta nesse período, em virtude do turbulento panorama político e econômico.

Segundo o sócio-diretor da Scot Alcides Torres e a analista Marina Zaia, apesar de a oferta de gado de confinamento nesse segundo semestre ser mais remuneradora para pecuaristas do que no primeiro trimestre, a pressão dos preços da arroba já tem viés de alta. “Os preços já sazonalmente são melhores no último trimestre de cada ano e isso deve ocorrer no curto prazo”, afirmou Torres.

Também analistas da Scot, Breno de Lima e Juliana Pila lembraram que o crescimento do abate de fêmeas, de 9,4% em 2017 e de 7,8% em 2018, deve puxar para cima o preço de bezerro em 2019. “Como o período é de redução de abate de fêmeas, a oferta desses animais para frigoríficos também será menor e isso ajuda o ciclo de alta”, disse Juliana. “O preço vai caminhar na linha tênue entre certeza de oferta e, pelo lado da demanda, a incerteza”, completou Breno.

Do lado dos custos, o cenário já é negativo para o pecuarista com o encarecimento de insumos e de commodities como soja e milho durante o ano. Rafael Ribeiro, analista da Scot, lembra que a dependência da importação de adubos pelo País é de 75% da demanda e, com dólar valorizado, os preços desse insumo cresceram até 50%.

Segundo ele, para minimizar os impactos cambiais houve um aumento no consumo de estoques. A menor disponibilidade de adubo, com o crescimento na demanda, torna ainda mais incerto o cenário para o início do próximo ano, quando a importação deve crescer. “Começaremos 2019 com menor disponibilidade de adubo no mercado interno, o que deve forçar alta na importação com um dólar incerto”, afirmou.