Frigorífico é reativado em Juruena

Empresário pontua a necessidade de investimentos em infraestrutura na região, para garantir o escoamento da produção via BR-174
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Mais uma planta frigorífica foi reativada em Mato Grosso. A unidade de Juruena (a 880 km a noroeste de Cuiabá) estava fechada há 8 anos e voltou a operar na quarta-feira (20) com cerca de 300 empregos diretos. A indústria tem capacidade para abater até 12 mil animais por mês e contribuirá para gerar novos postos de trabalho e renda na localidade, além de dar mais opção aos pecuaristas. O rebanho na região é um dos maiores do Estado, em torno de 4,94 milhões de cabeças, mas os produtores contavam, até então, apenas com duas plantas da JBS. O investimento foi de R$ 10 milhões, feito pelo proprietário da planta, o Grupo Durli, que atua há 58 anos no segmento de curtume e tem 7 plantas no Brasil (RS, MT, PA, TO, RO, PR, BA) e uma no exterior (Paraguai).

“É um ativo de muito valor pra ficar parado, então resolvemos buscar parceiros como frigorífico Boi Branco de Várzea Grande, para tocar em conjunto”, afirma o sócio da empresa, Volnei Durli. Com a reativação desta unidade, Mato Grosso conta com 31 frigoríficos ativos, com habilitação no Serviço de Inspeção Federal (SIF). A cadeia movimenta cerca de 19,2 mil empregos e tem capacidade para abater 29,2 mil animais por dia, segundo o Sindicato das Indústrias Frigoríficas (Sindifrigo/MT). Depois da grave crise, em pouco mais de 1 ano, 5 plantas foram reabertas no Estado em Pontes e Lacerda, Várzea Grande, Nova Xavantina, Rondonópolis e São José do Rio Claro.

A planta de Juruena é a 6a reativada e há previsão de serem abertos pelo menos mais 2 frigoríficos no 2o semestre, sendo uma reativação em Nova Monte Verde, com abate de 600 animais/dia e geração de 400 empregos, e outra em Brasnorte, com 500 empregos diretos e abate de 700 cabeças/dia.

O setor produtivo comemora a ampliação do mercado. Jorge Pires de Miranda, presidente do Sindicato Rural de Cuiabá, informa que a região de Juruena carece de grandes indústrias, porque conta com apenas duas plantas (em Juara e Juína) da JBS. “Vai ser muito bom porque vai ser mais uma opção para o pecuarista ofertar o gado. Essa região conta com mais de 4 milhões de cabeças e a abertura vai dar mais competitividade”.

Amado de Oliveira Filho, consultor da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), avalia que a notícia é positiva para o setor, porque possibilita também que os animais sejam abatidos mais próximos da fazenda, além de gerar renda e emprego à região. “É bom para fomentar o desenvolvimento da região, que tem um rebanho excelente, e acreditamos muito nesse processo de mudança no cenário político para a economia voltar a reagir”.

Paulo Bellincanta, presidente do Sindifrigo/ MT, torce pelo sucesso da planta, que representa o desempenho do setor como um todo. “O momento não é dos melhores. Estamos espremidos entre o preço da matéria-prima e o de venda. Mas, é mais atividade econômica e ganho para o Estado e o pecuarista”.