Gestão resulta em fazenda modelo

Técnicas mais modernas de gestão na Fazenda Onça Pintada são adotadas desde 2007, trazendo reconhecimento neste segmento e rentabilidade elevada ao proprietário
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Gestão de propriedade com técnicas sustentáveis aumenta 10 vezes a rentabilidade no campo. O resultado é constatado em área rural no Pantanal mato-grossense. Utilização de tecnologia de ponta resulta em ganhos elevados que fizeram da fazenda de 375 hectares, no município de Poconé, uma referência para pecuária brasileira. Na Fazenda Onça Pintada, o proprietário Breno Molina adota, desde 2007, técnicas de gestão da propriedade. Com a percepção de um administrador de empresas, investe todo ano em adubação e análise do solo e no combate às plantas invasoras e pragas. Inovou com a canalização da água para toda a propriedade. Ao longo de três anos o pecuarista construiu um sistema rotacionado, com instalação de três poços artesianos e bebedouros, sistema que praticamente zerou o índice de aborto em fêmeas prenhes. Oferecer água limpa e potável ao rebanho vem contribuindo significativamente com a redução de doenças e melhoria no desempenho dos animais, constata Molina.

“Não podemos ver tudo como custo, neste caso, porque são investimentos que têm retorno surpreendente e valem muito a pena”, avalia.

O pecuarista consegue manter lotação a pasto superior a 4 cabeças por hectare, bem acima da média estadual de uma cabeça por hectare/ano. Também investe na melhoria genética do rebanho de 1 mil bovinos. Para multiplicar genética, principalmente do rebanho Puro de Origem (P.O.) faz questão de ter o acompanhamento de um técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) até na compra dos seus animais. Quem faz esse acompanhamento é o zootecnista José Ferreira Pankowski, que elogia iniciativa, pois essa assessoria impacta em uma geração inteira do animal, com tempo médio de 5 anos.

O que mais chama a atenção no sistema produtivo mantido na propriedade é o rendimento anual, próximo de R$ 2,3 mil por hectare e 10 vezes superior à média de R$ 132/ha/ano da pecuária estadual e brasileira. Os cuidados com a pastagem são estendidos a uma área de 205 hectares da propriedade localizada na parte alta, que não sofre alagamento no período de chuvas no Pantanal.

O trabalho desenvolvido na Fazenda Onça Pintada foi mostrado em um Dia de Campo, no último dia 8. Conforme Molina, que também é presidente da Associação de Criadores Nelore de Mato Grosso (ACNMT), foi importante abrir a porteira da propriedade para ajudar na divulgação dos seus animais, que irão a leilão no dia 4 de agosto, e para mostrar aos demais produtores que é possível mudar antigas concepções para obter resultados mais rentáveis e sustentáveis.

A evolução dos negócios no campo resulta de um planejamento minucioso de trabalho que envolveu uma proposta de médio e longo prazo, com gestão e atuação de profissionais especializados. Para o médico veterinário Lorenzo Pacheco, que coordena os trabalhos de toda equipe especializada, é importante criar condições para que a pecuária seja competitiva. Segundo ele, é possível chegar a um resultado extraordinário de R$ 400 por hectare já nos primeiros dois anos após adaptações na atividade. Em 8 anos, a lucratividade alcançada pode chegar a R$ 1 mil por hectare. “O investimento em genética é fundamental para haver o melhoramento do rebanho. A produção na pecuária não tem mais lugar para processo amador”.

O proprietário da Fazenda Onça Pintada observa que Mato Grosso tem dimensão continental e com realidades muito distintas. Então, cada produtor tem que encontrar sua maneira de fazer dar certo. “Sou a 3ª geração de pecuaristas na família. Observando a forma como meu pai e avô trabalhavam, percebi que não alcançaria os resultados esperados. Passei a planejar como poderia inovar, busquei novas oportunidades e levei em conta as condições naturais da região pantaneira para fazer esse trabalho, sem abrir novas áreas”, conta.