Pressão sobre a expansão cresce

Cobrança de uma posição definitiva sobre a extensão da Ferrovia Senador Vicente Vuolo (Ferronorte) administrada pela Rumo entre Rondonópolis e Cuiabá é intensificada.
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O projeto, que é um sonho de quase 40 anos, está mais próximo de ser concretizado e depende da prorrogação da concessão da malha ferroviária paulista por mais 30 anos para que a empresa faça os investimentos em Mato Grosso. Na próxima segunda-feira (8) será realizada uma audiência pública em Cuiabá para debater o assunto. Já tem a presença confirmada da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Ministério da Infraestrutura e do Tribunal de Contas da União (TCU).

O contrato de concessão da malha ferroviária paulista vencerá em 2028, mas a empresa já protocolou o pedido de renovação por mais 30 anos. O processo já passou por análise da ANTT e Ministério da Infraestrutura (antigo Ministério dos Transportes). Agora está nas mãos do Tribunal de Contas, última etapa para aprovação do pedido. A audiência de segunda-feira irá discutir a concessão da malha paulista e o impacto da construção de um terminal na Baixada Cuiabana.

“A renovação da concessão prevê aumento da capacidade da ferrovia de 30 milhões para 75 milhões de toneladas/ano. Com a expansão da capacidade da malha paulista vamos conseguir fazer a expansão em Mato Grosso para Cuiabá e o norte de Mato Grosso, captando mais carga, viabilizando mais transporte ferroviário da produção de grãos e o mercado interno de contêineres de Mato Grosso”, informa Emanoel Tavares, executivo de Relações Governamentais da Rumo.

Em Rondonópolis, a empresa investiu R$ 10 bilhões desde 2015, quando assumiu a ferrovia, para dobrar a capacidade, para 75 milhões (t). No ano passado, a ferrovia escoou 20,9 milhões (t) de grãos de Mato Grosso. Para este ano, a estimativa é que o número salte 10%, com o envio de 22,7 milhões (t). Entre 2016 e 2019, o aumento chega a 65%.

O senador Wellington Fagundes (PL), que é natural de Rondonópolis, é um dos principais apoiadores do prolongamento da ferrovia até a Capital. Segundo ele, já houve reuniões com a ANTT e ministério para articular a expansão. “Na reunião de segunda-feira teremos a presença do TCU e da ANTT. Cada audiência pública é uma oportunidade de fazer com que Brasília conheça mais Mato Grosso e tenha mais agilidade na apreciação desses processos. Queremos integrar todos os modais em Mato Grosso, rodoviário, ferroviário e hidroviário, para diminuir o custo e gerar mais empregos.

O deputado estadual Carlos Avallone (PSDB) ressalta que Mato Grosso tem 4 projetos de ferrovias, mas apenas este que sai de Rondonópolis para São Paulo tem a chance de chegar à Capital e levar, como consequência, desenvolvimento econômico e social. “A discussão antiga é que Cuiabá não tem grão, não tem carga, mas Cuiabá precisa de todos os produtos que vêm do Sul, da ordem de 20 milhões de toneladas/ano. Se tem carga de retorno, passa a ser importante para a economia e para a própria Rumo”.