JBS lucra R$ 2,2 bilhões, Natura vê lucro saltar 109% e animam analistas

O lucro líquido por ação chegou a R$ 0,82. No acumulado dos seis primeiros meses de 2019, a Companhia apresenta lucro líquido de R$ 3,3 bilhões, com ganho por ação de R$ 1,23.
Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no whatsapp

A JBS S.A, dona das marcas Friboi e Seara, fechou o segundo trimestre de 2019 com lucro líquido de R$ 2,2 bilhões, revertendo o prejuízo líquido de R$ 911 milhões do mesmo trimestre do ano passado. O lucro líquido por ação chegou a R$ 0,82. No acumulado dos seis primeiros meses de 2019, a Companhia apresenta lucro líquido de R$ 3,3 bilhões, com ganho por ação de R$ 1,23.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda ou Lajida, indicador do resultado operacional da companhia) foi recorde e atingiu R$ 5,1 bilhões no trimestre, com evolução de 20,3% na comparação com o ano anterior. A receita líquida da companhia no trimestre chegou a R$ 50,8 bilhões, aumento de 12,5% ante o apresentado há um ano. O lucro bruto avançou 13,6%, passando de R$ 6,9 bilhões no segundo trimestre de 2018 para R$ 7,9 bilhões neste ano.

Empresa reduz endividamento

O endividamento da JBS continuou em trajetória de queda, e a relação entre dívida líquida e Ebitda, em reais, chegou a 2,78 vezes x no segundo trimestre de 2019, em linha com a meta estabelecida para o período, de ficar abaixo de 3,0 vezes, diz a empresa. No segundo trimestre de 2018, havia sido de 3,47 vezes. Em dólares, esse indicador chegou a 2,81x, contra 2,98 vezes no segundo trimestre de 2018.

A geração de caixa livre no período foi de R$ 3,7 bilhões, valor 92,6% superior ao apresentado no 2T18. Importante destacar, ainda, que a liquidez total da companhia, incluindo as suas linhas de crédito pré-aprovadas, é de R$ 13,6 bilhões, cerca de 4,5 vezes seu endividamento de curto prazo.

BTG recomenda compra e vê destaque no setor

Segundo o BTG Pactual, a JBS confirmou as expectativas com um resultado muito forte no segundo trimestre. Segundo o banco, a melhora das ações da companhia já era esperada desde 2018 pela visão de que a estratégia da empresa apresentaria todo o seu potencial à medida que ela se beneficiasse de um ciclo de proteína positivo, esperando que a desalavancagem e redução do risco resultassem em maior confiança dos investidores e avaliações mais positivas . Curiosamente, diz o BTG, o aumento do preço da ação no acumulado do ano não parece significar que o preço é justo. O fluxo de caixa descontado de dois dígitos significa, por si só, uma atraente história para os acionistas, impulsionada por um cenário setorial sem precedentes (peste suína na China, mercado de carne bovina dos EUA mais apertado).

Além disso, a redução do risco também significa que o longo desconto que as ações da JBS têm historicamente negociado em relação aos pares continuará a diminuir, espera o BTG. “Nós vemos muitos gatilhos para isso: mais desalavancagem, listagem nos EUA, melhor governança corporativa e gestão mais profissionalizada”, dizem os analistas Thiago Duarte e Henrique Brustolin. Mesmo as oportunidades de crescimento via aquisições parecem ser uma opção agora que o balanço está equilibrado. O banco destaca a recomendação de compra do papel, com preço justo de R$ 27,00, e que a JBS é a sua principal escolha no setor de proteína animal.

Marfrig lucra R$ 86 milhões

Ontem também a Marfrig divulgou seus resultados, com um lucro líquido no segundo trimestre de R$ 86,5 milhões, em comparação a um prejuízo de R$ 582 milhões no mesmo período do ano passado. A receita líquida consolidada no trimestre foi de R$ 12,2 bilhões, com crescimento de 9,8 por cento em relação ao ano passado. O Ebitda ajustado foi de R$ 1,1 bilhão, com crescimento de 13,3, e com margem de 9,1 por cento, 0,3 ponto percentual mais que no mesmo trimestre do ano passado.

O fluxo de caixa operacional da empresa foi de R$ 876 milhões e o fluxo de caixa livre atingiu R$ 408 milhões.

A empresa lembrou que, em junho, foi concluída a aquisição da Iowa Premium, nos EUA. Essa operação adiciona 1.100 cabeças/dia à capacidade de abate da operação na América do Norte, que agora totaliza 13.100 cabeças/dia. O preço da aquisição foi de aproximadamente US$ 150 milhões. “Esta transação fortalece nosso portfólio de produtos de maior valor agregado e está em linha com nosso plano estratégico de crescimento”, diz a empresa em nota.

A Marfrig informou também que realizou com sucesso mais uma operação financeira de Liability Management visando reduzir o custo da dívida por meio da emissão de US$ 1 bilhão em bônus com vencimento em 2026 e cupom de 7% a.a., aliada a recompra de parte dos bonds 2021 e 2023, com cupons de 11.25% e 8,0% a.a., respectivamente. A empresa recebeu em junho, pelo sétimo ano consecutivo o selo que atesta a conformidade com o Compromisso Público da Pecuária na Amazônia, da consultoria internacional independente DNV-GL, especializada em análise de riscos empresariais e ambientais.