Em transmissão ao vivo realizado na noite desta segunda (01), o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Oswaldo Ribeiro, foi o entrevistado do Portal DBO, que levou aos espectadores o tema “Para onde vai a maior pecuária do Brasil”. A diretora executiva da entidade, Daniella Bueno, fez companhia ao gestor da associação, auxiliando em temas como a febre aftosa.
Oswaldo Ribeiro iniciou a live traçando um panorama da pecuária diante da pandemia do Covid-19, e seu impact5o na atividade. “Todos fomos pegos no contrapé, não era algo esperado, e com a redução do consumo, precisamos nos ajustar a nova realidade”.
Em seguida, destacou que a atividade agropecuária tem uma característica que a ajuda em situações como esta. “Os agropecuaristas realizam previsões para muito tempo, para o próximo semestre, e trabalhar com um intervalo de tempo maior nos dá mais segurança para lidar com contratempos como o que enfrentamos hoje, que é a pandemia”.
O presidente da Acrimat ressaltou ainda que o pecuarista tem lidado bem com os desafios impostos pela Covid-19. “Apesar das dificuldades enfrentadas por todos, temos conseguido, na medida do possível, lidar bem com o cenário econômico que está posto”. Ribeiro chamou atenção para a importância da informação para o pecuarista. “Quanto mais informação de qualidade tivermos, mais municiados estaremos para lidar com situações como esta”.
Questionado sobre o futuro da pecuária, o presidente da Acrimat pontuou que é preciso se adaptar para se manter no mercado. “O produtor deve focar no quadripé produção, sanidade, genética e manejo; investir no planejamento e gestão da produção pecuária, nesse contexto, é fundamental; uma atuação estratégica no mercado, implementando um sistema de gestão eficaz e incremento de tecnologia diferencia quem vai se destacar”.
Segundo Ribeiro, este novo ambiente de negócios pede que o produtor seja veloz e ágil para conseguir acompanhar as mudanças, e há uma maior necessidade de busca por eficiência. “Aí entra a tecnologia, que é essencial para a melhoria genética do rebanho”. Quanto ao manejo, Ribeiro disse que a busca por melhores resultados passa pela importância dada ao cuidado com o rebanho. “Um ambiente inadequado pode trazer resultados não desejados pelo criador, então pensar no manejo é proteger seu rebanho”.
Aftosa
Outro tema que mereceu bastante atenção dos entrevistados foi a situação da febre aftosa em Mato Grosso. Ações como a solicitação da Acrimat ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), para que se ampliasse o prazo de vacinação contra a febre aftosa da etapa que começou em abril e termina neste mês, foram abordadas pela DBO.
A inserção no Bloco I de propriedades localizadas em municípios mato-grossenses como Rondolândia, e que não poderão mais receber animais vacinados e nem deverão realizar a vacinação contra febre aftosa, também foi citada. A médica veterinária Daniella Bueno, que já foi presidente do Indea-MT, falou sobre os temas relacionados ao Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa.
“Quando pedimos para ampliar o prazo de vacinação, pensamos em estabelecer medidas de proteção à saúde dos pecuaristas ”, explicou Daniella Bueno. Quanto ao avanço do estado para a retirada de vacinação, a veterinária e o presidente da Acrimat citaram que este avanço passa pelo fortalecimento do sistema de defesa sanitária e adoção de medidas que deem segurança ao produtor, principalmente em propriedades da região de fronteira internacional.
“Não adianta a gente fazer o dever de casa e o pecuarista de um país que faz fronteira com Mato Grosso não ter condições de vacinar seu rebanho, isso deixa muitos dos pecuaristas mato-grossenses, que tem propriedade em regiões de fronteira internacional, com receio de não vacinar seu gado”, asseverou Oswaldo Ribeiro.
A diretora pontuou que o cancelamento da Comissão Sul-Americana para a Luta Contra a Febre Aftosa (Cosalfa), que seria realizada na Argentina, trouxe prejuízos, uma vez que seria neste fórum que todos os países da América Latina iriam ratificar seus planos e prazos para se retirar a vacinação. A Acrimat e todo o setor produtivo ainda aguarda posicionamento do Mapa quanto a manutenção do calendário da retirada com a existência da pandemia, uma vez que mudanças estão previstas no plano.
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