Quando o consumidor se dirige ao açougue, ele busca um produto que agregue os quatro tipos de qualidade da carne: visual, gustativo, nutritivo e higiênico-sanitário. A relação que o cidadão criou no consumo de bens alimentícios elevou a qualidade destes produtos, e a carne que chega à mesa do brasileiro oferece toda a segurança alimentar e sabor exigidos pelo cliente.
Desde o processo de desossa das carcaças, que pode ser realizado no próprio frigorífico que abate os animais ou em entrepostos especializados em desossa, passando pela inspeção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em todas as plantas de abate, via um sistema que apresenta procedimentos híbridos e mais sofisticados, até ele chegar ao consumidor, o Brasil garante a produção de uma carne que atende, com excelência, o gosto do exigente comprador brasileiro.
A carne bovina é um alimento importante na composição de uma dieta equilibrada, nutritiva e saudável. Isso é um fato. Podemos verificar essa afirmação em publicações como o Guia Alimentar para População Brasileira, preparado pelo Ministério da Saúde, mais alta autoridade da saúde brasileira, que recomenda o consumo da proteína para adultos e crianças.
Uma publicação feita revista Nature, a mais respeitada do mundo científico, no 1º semestre de 2020, revelou que o processamento de alimentos e uma dieta rica em proteínas foram decisivos no desenvolvimento do cérebro humano, além de induzir à evolução de características modernas. O crescimento do cérebro ao longo dos anos também foi resultado da ingestão de carne, de acordo com os pesquisadores.
E a confiança da população mundial nesse alimento essencial para nossa saúde pode ser traduzida em número. Uma das mais respeitadas empresas de jornalismo do mundo, a BBC publicou reportagem que mostrava que o consumo de carne no mundo aumentou rapidamente nos últimos 50 anos, e sua produção hoje é quase cinco vezes maior do que no início dos anos 1960 – de 70 milhões de toneladas, passou para mais de 330 milhões em 2017.
Hoje, os produtores se adaptam cada vez mais às exigências dos consumidores, e buscam fornecer informações e assegurar especificações, tais como cor, aroma, suculência, maciez, quantidade de gordura, nutricionais (teor protéico, calorias), segurança (ausência de agentes patogênicos) e obtenção do produto por meios éticos e legais.
Esta nova postura é parte do processo educacional dos consumidores, que a cada dia se tornam mais esclarecidos e exigentes, e a demanda por produtos de qualidade tem aumentado de forma extraordinária. “Estamos mais preocupados com aspectos relacionados à saúde, segurança alimentar e bem-estar não só das pessoas, mas dos animais também”, diz o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Oswaldo Ribeiro.
E essa preocupação começa no manejo dos animais na fazenda, passando pelo transporte ao frigorífico, até o momento do abate humanizado. Os pecuaristas se ocupam de atender as exigências para exportar para a Comunidade Européia, satisfazendo as normas de rastreabilidade, proteção do meio ambiente e bem-estar animal.
“Na obtenção de um produto que atenda às exigências do consumidor, principalmente no requisito qualidade, o manejo dispensado aos animais e a utilização de tecnologias apropriadas destinadas à melhoria do produto devem ser conduzidos corretamente e da melhor forma possível. A fim de aprimorar o trabalho e garantir a qualidade, evitando a utilização de técnica imprópria ou forma incorreta de aplicação da tecnologia, é extremamente importante a capacitação e o contínuo treinamento do pessoal envolvido nessas tarefas”, finaliza Oswaldo Ribeiro.
Inspeção
Basicamente, as normas e garantias sanitárias de produtos de origem animal devem-se à OIE (Organização Mundial de Saúde Animal). Estas, se constituem como referência para a segurança sanitária dos alimentos de origem animal ao estabelecer normas internacionais por comissões especializadas.
“A OIE tem estimulado os 181 países membros a adotarem normas e procedimentos reconhecidos mundialmente, com a participação do setor privado na execução da inspeção sanitária”, explica o diretor técnico da Acrimat, Francisco de Sales Manzi.
Segundo o médico veterinário, a OIE deixa a cargo de cada país a busca por um sistema de inspeção sanitária que ofereça garantias a seus consumidores, tanto nacionais como internacionais.