O Guia Alimentar para População Brasileira, preparado pelo Ministério da Saúde, recomenda, para um adulto, o consumo diário de uma porção de carne por dia, o equivalente a um bife de aproximadamente 100 gramas.
Sua ingestão é essencial, pois ela é uma fonte de ferro com alta taxa de absorção e utilização no organismo, se tornando fundamental para o crescimento saudável das crianças e também para as mulheres em idade fértil, principalmente durante a gravidez.
Além disso, a carne vermelha é rica em uma vitamina que só alimentos de origem animal são capazes de nos fornecer: a B12, que participa da formação de células vermelhas do sangue e do metabolismo de ácidos graxos, essencial para a memória e para o aproveitamento do ferro. Ou seja, a deficiência da vitamina B12 leva à anemia e a danos neurológicos.
O crescimento do cérebro ao longo dos anos também foi resultado da ingestão de carne, de acordo com os pesquisadores. A proteína foi essencial para fornecer mais calorias – com menos esforço – aos humanos, favorecendo o crescimento do cérebro, um órgão que exige muitos nutrientes.
O processamento da carne com ferramentas de pedra e, mais tarde, com o cozimento, desempenhou um papel importante na evolução humana – a carne entrou para a dieta dos seres pré-humanos há cerca de 2.6 milhões de anos – e só foi cozida há 500.000 anos. A transformação trouxe rostos mais curtos e uma estrutura que permitiu o aumento no tamanho do cérebro.
Um dos mais importantes cardiologistas do Brasil, o doutor Iran Castro diz que “no entendimento da medicina, uma dieta saudável contém carne vermelha, e não temos nenhum conflito de interesse sobre este tema; o consumo da carne vermelha apresenta uma série de benefícios”.
Outras dietas
O número de pessoas adeptas a dietas vegetarianas de todos os tipos (ovolactovegetarianos, lactovegetarianos, vegans, semivegetarianos, macrobióticos e crudivorismo) é de cerca de 14% no Brasil. Já a porcentagem de brasileiros que consomem carne diariamente é de 81%, segundo pesquisa do Ibope feita em 2019.
Estamos mais próximos de um futuro em que o consumo de carne será cada vez mais sustentável e equilibrado, e isso se deve a aplicação de tecnologia na produção de carne, mérito dos pecuaristas que aliam sua atividade ao respeito ao meio ambiente.
Mudança nos tipos de carne que comemos e também na quantidade de carne que comemos serão inevitáveis, assim como o hábito de consumi-la continuará imutável: há 2,6 milhões inserimos esta proteína no nosso cardápio, e ao que tudo indica ela não saíra de moda nos próximos milhões de anos por vir.