A Administração Geral de Alfândegas da China (Gacc, na sigla em inglês) publicou nesta quarta-feira (15.12) um documento em que permite a retomada da importação de carne bovina do Brasil, após mais de 100 dias de suspensão.
O fim do embargo foi confirmado também pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e é visto com otimismo pelos pecuaristas, especialmente os de Mato Grosso, estado que possui o maior rebanho bovino do país e tem a China como um dos principais destinos da proteína mato-grossense.
“Enfim, uma boa notícia para a pecuária e para o Brasil. A China suspendeu o embargo que nunca deveria ter acontecido, provando que a questão nunca foi sanitária, mas político-econômica. Com 1,4 bilhão de habitantes para alimentar – e uma classe média emergente muito importante, que gostou da nossa carne em razão do preço, qualidade e quantidade – o governo chinês não teria mais como segurar esse embargo”, afirmou o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Oswaldo Ribeiro Júnior.
O Brasil ficou temporariamente impedido de importar para a China desde o dia 4 de setembro, após dois casos atípicos de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), doença da vaca louca, serem registrados no estado de Minas Gerais e outro em Mato Grosso. Casos esses que foram investigados pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e considerados sem risco de contaminação.
Apesar disso, as vendas para a China permaneceram interrompidas. Porém, o mercado brasileiro conseguiu se readequar e outros países se tornaram importantes compradores da carne bovina.
“Hoje o Brasil está em uma posição mais confortável no mercado externo, com a abertura significativa de mercados que tem comprado bastante do Brasil, como todo o sudeste asiático, a Rússia que está iniciando suas compras e uma grande surpresa, que foi o volume importante destinado aos Estados Unidos”, disse Oswaldo Ribeiro Júnior.
A expectativa agora é de melhoria e aquecimento do mercado futuro da carne bovina. “Esse é um presente de Natal para todos os brasileiros. Acreditamos que 2022 será um ano muito melhor para a pecuária”, concluiu o presidente da Acrimat.