A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) participa, ao longo desta semana, do “Exercício Simulado de Emergências Zoosanitárias”, que tem o objetivo de capacitar profissionais para identificar e combater rapidamente a febre aftosa, doença que não é registrada há 26 anos em Mato Grosso e é um dos principais inimigos da cadeia da bovinocultura.
O evento é promovido pelo Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea) e pelo Ministério da Agricultura (Mapa), no município de Juscimeira (160 km de Cuiabá), e é considerado o maior simulado internacional para emergências zoosanitárias.
Durante o evento, serão treinados aproximadamente 180 médicos veterinários que se reúnem para oficinas de controle de trânsito, vigilância, eliminação de foco, epidemiologia, biossegurança, entre outros assuntos relacionados a identificação e combate à febre aftosa.
Além da Acrimat, Indea e Mapa, participam ainda outras entidades de defesa agropecuária, como Famato e Fesa, bem como médicos veterinários dos 26 estados da federação e do Distrito Federal, além da Bolívia e do Paraguai.
Representando a Acrimat no evento, o gerente de Relações Institucionais da associação, o médico-veterinário Nilton Mesquita, destacou a importância da entidade fazer parte deste encontro, pois Mato Grosso possui o maior rebanho bovino do país, com 32 milhões de cabeças de gado, e se prepara para a retirada da vacina contra a aftosa a partir de 2023.
“Nós estamos aqui para fazer a ligação entre as instituições públicas de sanidade animal, como Indea e o Mapa, com a iniciativa privada, que são os nossos produtores e associados para que, no caso de haver uma ocorrência verdadeira e confirmada de febre aftosa, saibamos como executar nosso papel na identificação e classificação dessa situação. Então, nós é que somos o elo entre produtor e Estado”, explicou o médico-veterinário.
Para melhor capacitar todos os participantes, o evento promove a simulação de um caso (fictício) de febre aftosa, no qual as equipes têm que atender conforme o plano de contingência atualizado em 2020. Os agentes realizam as investigações, fazem buscas por animais doentes nas propriedades e montam barreiras sanitárias para conter a saída de animais infectados, até a completa eliminação do foco e restabelecimento da condição sanitária.
A intenção do simulado é que as equipes possam realizar na prática as ações de urgência, como parte dos preparativos que o Estado já vem executando para alcançar a certificação de zona livre de febre aftosa sem vacinação emitida pela Organização Mundial da Saúde Animal.
“Estamos fazendo esse simulado para que possamos estar treinados a respeito de quais são as possibilidades de defesa e as necessidades para uma ocorrência. Estamos todos juntos trabalhando nisso para manter a doença erradicada e para que todo o estado de Mato Grosso seja certificado como zona livre da febre aftosa”, concluiu Nilton Mesquita.
O Exercício Simulado de Emergências Zoosanitárias se encerra na sexta-feira (05.08) e, além da febre aftosa, aborda ainda temas relacionados a influenza aviária ou a peste suína clássica ou africana.