Com a chegada do inverno em Mato Grosso, marcado pelas altas temperaturas e clima seco, o pecuarista tem que ficar atento para a proteção do gado do calor excessivo. Comum nesta época do ano, o sol muito forte pode afetar a saúde dos animais, o bom desempenho e a produtividade do rebanho.
O diretor-técnico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), médico veterinário Francisco Manzi, explica que neste período o pecuarista deve adotar medidas para proporcionar o bem-estar dos bovinos e, com isso, evitar o desconforto e o estresse do animal.
“Os animais têm uma temperatura de conforto, que é na faixa de 22 a 24 graus. Quando passa disso, o animal vai gastar energia para manter o que chamamos de ‘homeotermia’. Assim como nos seres humanos. Quando o animal está com frio, treme para esquentar e no calor transpira para esfriar. No calor intenso, o animal começa a transpirar e pode chegar até a ventilar, que é aquela respiração ofegante”, e com isso tem desconforto, perda de apetite e consequentemente diminuição da produtividade, disse.
Para evitar esses problemas, o sombreamento das pastagens, por meio de árvores e áreas de sombra, são as alternativas indicadas para minimizar o impacto do calor excessivo. Produtores que adotam o sistema de integração lavoura-pecuária- floresta conseguem melhorar a sensação térmica com o plantio de espécies produtivas, como o eucalipto.
“Fazer esse plantio próximo as praças de alimentação é uma alternativa para que os animais se refugiem do calor e tenham um melhor desempenho, melhor índice de prenhez nas vacas e também melhor ganho em peso”, explicou Francisco Manzi.
Além da sombra, a oferta de água limpa e em abundância também ajuda no resfriamento do organismo do animal e melhora a sensação de bem-estar dos animais, que naturalmente já buscam se refrescar nas horas mais quentes do dia.
“Observamos que neste período quente os animais pastam somente nas horas mais frescas do dia: ele levanta cedo, come, vai para a sombra para ruminar e, somente no final da tarde, o animal volta para comer. Isso demonstra a importância de se ter áreas sombreadas onde os animais possam se refrescar”, encerrou Francisco Manzi.