A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) iniciou uma rodada de reuniões para recolher as demandas dos produtores e reforçar a atuação da entidade em prol da pecuária de corte, especialmente diante do atual momento pelo qual passa o setor, com a desvalorização das cotações da arroba do boi e da queda significativa no consumo de carne bovina no mercado interno.
As reuniões foram realizadas nos municípios de Rondonópolis (214,6 km de Cuiabá) e em Barra do Garças (517 km de Cuiabá) e contou com a participação de algumas das principais lideranças do setor da pecuária de corte das regiões Sul e Médio Araguaia do Estado. As reuniões serão realizadas em outros quatro municípios.
Durante a reunião, os produtores mencionaram diversas dificuldades no setor e contaram como eles têm se desdobrado para equilibrar o negócio. Entre as demandas mais preocupantes foram destacadas as questões relacionadas ao monopólio dos frigoríficos, falta de plantas frigoríficas em algumas regiões, preço da arroba do boi e até a falta de mão de obra qualificada para o trabalho no campo.
O segundo vice-presidente da Acrimat, Luis Fernando Conte, ressaltou a necessidade da Acrimat visitar os quatro cantos do Estado para ouvir o produtor e entender quais as necessidades neste momento, para assegurar a manutenção da atividade da pecuária de corte em Mato Grosso. Além disso, é um importante momento para nortear a entidade na busca de uma solução para as demandas apresentadas.
“Sabemos das dimensões do estado e dificuldades que a cadeia pecuária enfrenta ao longo de toda história, problemas crônicos, e neste momento específico de crises que a pecuária está vivendo – dos baixos preços, em relação a concentração de plantas frigoríficas e dificuldades de abate, que assola principalmente a região do médio Araguaia – a Acrimat vai continuar lutando e usando essas críticas para nortear os nossos trabalhos”, destacou.
Ainda segundo Luís Fernando, as reuniões foram e ainda serão uma oportunidade também de apresentar todas as ações e projetos já desenvolvidos pela Acrimat, a fim de promover um aumento do associativismo de modo a fortalecer a entidade.
“Essas reuniões têm como objetivo apresentar os trabalhos realizados pela entidade, todo nosso lastro de cadeiras que ocupamos nos vários fóruns em que a Acrimat tem assento. Eu acho que é uma oportunidade de trazer as ações da Acrimat para pessoas que desconhecem, que sabem do problema, mas não sabem que existe a ação efetiva da Acrimat nesses casos. Também é uma forma de ouvir reclamações, que recebemos com tranquilidade”, afirmou.
Anfitriã da reunião em Barra do Garças, a diretora da Acrimat, Maria Ester Fava, conhecida como Téia, destacou o engajamento dos produtores da região Médio Araguaia que, apesar da distância, toparam o convite para se reunir e debater sobre a cadeia da carne.
“Foi extremamente produtiva. O engajamento das pessoas que vieram, que viajaram 700 quilômetros para estar na reunião. O Vale do Araguaia é muito maior que o resto do estado, imagina. Todos muito engajados e com muitos problemas, muitas preocupações. Mas isso é um pontapé inicial de outras reuniões que devem existir”, disse.
Além disso, segundo Téia, o encontro foi uma oportunidade de apresentar quem são os diretores regionais da Acrimat aos produtores que ainda não conhecem a entidade – e a partir disto, começar a pensar em políticas regionais para o fortalecimento da atividade em cada região.
“Agora eles estão conscientes de quem são os diretores da Acrimat na região e acredito que cada um dos diretores regionais que vieram podem fazer pequenos núcleos nos seus municípios, para que depois possamos juntar e ter uma opinião única, com todos esses problemas, avalio que foi bem produtivo”, finalizou.
Outras reuniões – Além dos municípios de Rondonópolis e em Barra do Garças, as cidades de Nova Canaã, Pontes e Lacerda, Juína e Juara também reunirão as lideranças produtoras que compõem a cadeia da carne.