A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) enviou, aos principais candidatos ao Governo de Mato Grosso, um ofício em que pede a formalização de um compromisso do candidato eleito, de reavaliar as altas taxas de impostos cobrados dos produtores, bem como a não renovação do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) adicional.
O pedido se dá em razão do atual cenário de dificuldade da cadeia da carne em Mato Grosso, uma vez que os custos de produção vêm se sobrepondo ao valor recebido pelas arrobas comercializadas, ocasionando prejuízos.
O ofício foi enviado ao governador do Estado, Mauro Mendes (União Brasil), que é candidato à reeleição, à candidata Márcia Pinheiro (PV) e aos candidatos Moisés Franz (PSOL) e Pastor Marcos Ritela (PTB).
De acordo com o presidente da Acrimat, Oswaldo Pereira Ribeiro Júnior, no documento foram relacionadas as principais dificuldades e demandas do setor e o objetivo é de que o governo estadual proporcione, nos próximos quatro anos, um equilíbrio econômico à atividade, de modo que o produtor possa continuar a cumprir sua função social, além de produzir alimentos para os brasileiros e excedentes exportáveis, gerando divisas e impostos.
“Se continuar da forma que está, em breve haverá problemas de colapso. Num primeiro momento, haverá excesso de oferta de alimento e, em outro, uma severa escassez pelo desequilíbrio econômico-financeiro na cadeia em relação ao seu setor primário”, disse.
Dentre as principais exigências pontuadas pela Acrimat estão a não renovação do Fethab Adicional, que incide sobre a soja, algodão e gado, cuja vigência expira em 31 de dezembro deste ano. O imposto foi criado pelo Governo do Estado em 2016, com vigência a partir de 2017, devido ao cenário de dificuldade econômica de Mato Grosso à época.
Contudo, diante do atual cenário de equilíbrio econômico das contas do Estado, além do já recolhimento dos impostos – todos pagos pelo setor produtivo – do Fethab Commodities, que incide sobre a soja, algodão, gado e madeira, e do Fethab Diesel, a Acrimat pede a não renovação do imposto adicional.
Além disso, a Acrimat solicitou a redução em 70% do valor da taxa para emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA), necessário para o transporte animal, bem como a destinação dos valores atinentes às taxas arrecadadas pelo Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea) para o próprio órgão, para que este possa cobrir suas despesas de custeio e investimentos.
“No momento ruim pelo qual passa a pecuária de corte, solicitamos que os candidatos reavaliem as altas taxas de impostos cobradas dos pecuaristas, que são as mais altas do país. Solicitamos a sensibilidade do governo para que esses impostos não inviabilizem a pecuária do nosso estado, que é o maior produtor do Brasil”, afirmou o presidente da Acrimat.