O abate de bovinos fêmeas no estado, segundo dados do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (INDEA), apresentou um aumento de 14,58% em fevereiro, comparado ao mês anterior. Ao todo, em Mato Grosso, foram abatidas mais de 405 mil cabeças de gado em fevereiro.
O incremento no abate total de fêmeas foi impulsionado pela maior oferta dos animais com até 24 meses, que cresceu 16,22% e com 36 meses que subiu 6,11% comparado com janeiro deste ano. Dada a fase de baixa do ciclo, a participação das fêmeas no abate total vem crescendo gradualmente.
Para o Diretor Técnico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (ACRIMAT), Francisco Manzi, esse tipo de processo não é exclusivo do Brasil e tem grande relevância para o mercado pecuário. “Passamos da fase de retenção da fêmea e agora, com esse aumento de abate em fevereiro e nos próximos meses, a tendência é a melhora no valor do bezerro. Com a volatilidade dos custos e a baixa do bezerro, quem mais sente é o criador”, explica Manzi.
O que é o ciclo pecuário?
Em anos de preços em baixa e a margem do produtor pressionada, em que o bezerro está desvalorizado, acontece a fase do ciclo em que a necessidade de manter as fêmeas na propriedade é menor, com isso, usa o abate de fêmeas, que majoritariamente servem à reprodução, como tentativa de manter o seu caixa.
“Diferente de outras culturas no agro, o boi não é igual grãos que todo ano tem safra. A demora na produção até o abate dura em média de 24 a 36 meses, com isso o processo de aumento produtivo hoje, será sentido nos próximos três ou quatro anos”, frisa o diretor técnico da Acrimat.