Abate de bovinos cai 13,46%

Rebanho bovino cresceu 1,17% em 2018 e é estimado em 30 milhões de cabeças
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O abate de bovinos caiu 13,46% no mês de setembro em Mato Grosso. Em setembro, foram abatidas 466,8 mil cabeças, contra 539,4 mil de agosto. Representa redução de 72,6 mil abates neste intervalo. Os dados são do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea/MT) e foram divulgados pelo Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea) no boletim da bovinocultura.

Segundo o Imea, a redução no volume de abates teve influência das condições das pastagens no Estado, devido ao período de estiagem. Apesar da redução de abates na comparação mensal, setembro de 2018 cresceu em comparação com o mesmo mês de 2017, quando 434 mil animais foram abatidos no Estado. O crescimento foi de 7,55% neste intervalo. O Estado deve encerrar o ano com evolução no volume de abates, já que os resultados de 2018 já superam os de 2017. O Imea pontua que o abate de fêmeas também recuou 23% em setembro, com o envio de 164,3 mil cabeças para os frigoríficos.

“Restando três meses para o fim do ano, o acumulado de animais mato-grossenses abatidos neste ano (de janeiro a setembro de 2018) já supera em 8,9% o total abatido no mesmo período do ano passado. Além de abater mais animais, Mato Grosso segue ampliando a participação dos bovinos com menos de 24 meses no abate total. Foram 148,86 mil animais a mais em 2018 (acumulado jan-set) em comparação a 2017, resultando na maior participação desta categoria no total abatido da história, de 15,20%”, informa o Imea. O pecuarista pode estar caminhando na direção de reduzir a permanência do gado na fazenda, na busca por melhorar a rentabilidade da atividade, completa a análise.

Paulo Bellincanta, vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos de Mato Grosso (Sindifrigo/MT), comenta que esta redução no volume de abates tem a ver com a qualidade das pastagens. “Isso é um ciclo normal. Nesta época do ano realmente as pastagens ficam muitos secas e há redução nos abates, principalmente, das fêmeas, que não vão para confinamento. E isso se repete em outubro. Com a falta de chuvas, há essa tendência de queda novamente”.

Francisco Manzi, diretor técnico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), explica que essa baixa no envio de bovinos para o abate permanece até o mês de outubro, quando os animais retornam dos processos de confinamento e semiconfinamento. “Os animais começam a ser fechados para o confinamento em julho e só começam a chegar para os frigoríficos a partir de outubro. Hoje mais de 85% dos animais de Mato Grosso são criados exclusivamente a pasto. Nesse período de seca, eles perdem peso e não vão para abate, porque as chuvas vão diminuindo e a qualidade da pastagem também”.