Abate de fêmeas bovinas aumenta 13% em 2017

No ano passado, foram abatidos 4,9 milhões de animais, um aumento de 3,5% na comparação com 2016.
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O abate de fêmeas bovinas registrou crescimento de 13,2% no ano passado e alcançou a representação de 42% do total de abates em Mato Grosso. Esse índice foi na contramão do registro de abate de machos – que registrou queda de 2,4% – e é o maior para o estado desde 2014 (42,5%).

Os números foram apresentados na manhã de ontem (15) pelo Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea/MT). No ano passado, foram abatidos 4,9 milhões de animais, um aumento de 3,5% na comparação com 2016.

A região onde o abate de vacas foi mais representativo foi a Noroeste, com 56,9%, seguido pelo Nordeste (52,2%); Norte (48,8%); Centro-Sul (40,8%); Sudeste (37,7%); Oeste (36,3%) e Médio-Norte (27%).

Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a previsão é que em 2018 a tendência de abate de fêmeas permaneça “já que o criador ainda não visualiza a plena recuperação nas cotações do bezerro e observa na venda das vacas uma forma de fazer caixa”.

 

Ciclo da pecuária

O presidente do Sindicato Rural de Cuiabá, Jorge Pires, pontua que a diminuição do abate de machos está ligada a redução do ICMS dado pelo Governo Estadual para o transporte de boi em pé para outras unidades federativas.

No caso das vacas, ele afirma que o trabalho “foi da porteira para dentro, que fez o produtor entender ser inviável manter a fêmea vazia dentro da propriedade”.

Amado de Oliveira Filho, consultor técnico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) explica ao  que  a alta no abate de vacas é natural e representa um movimento já esperado pelo setor. O chamado “ciclo da pecuária” é uma flutuação que ocorre quando existe uma grande oferta de bois gordos e os preços de bezerros, bois magros e matrizes caem.

Por causa dessa queda nos preços, os pecuaristas optam por abater as vacas. A opção faz com que no futuro exista certa escassez de bois, que é seguida por altas no preço, uma vez que a oferta diminuiu e, com isso o rebanho é renovado.

“É algo que ocorre a cada 4 ou 5 anos e não é nenhuma novidade. Esse movimento é positivo porque indica que em um futuro próximo teremos melhores preços nas arrobas. Com isso, a remuneração do produtor vai aumentar e ele vai conseguir reinvestir, o que estava sendo feito em menor escala recentemente”, argumenta Amado.

O consultor diz, ainda, que a tendência nos próximos anos e que chegue ao consumidor uma quantia ainda maior da proteína animal de alta qualidade, por conta da maior seleção dos animais negociados aos frigoríficos. (Com Assessoria)