Abate de novilhas, uma tendência cada vez mais forte no MT

IBGE identifica aumento de 58% no número de fêmeas jovens enviadas ao gancho no 1º trimestre do ano
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Em relação aos dados oficiais mais recentes sobre o comportamento dos abates de bovinos no Brasil – disponíveis no banco de dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) –, um número tem chamado grande atenção de especialistas.

Trata-se do atual crescimento vigoroso dos abates de novilhas (com menos de 2 anos de idade), fenômeno constatado especialmente no Mato Grosso. O Estado é responsável pelo maior rebanho bovino do país, com quase 30 milhões de cabeças, segundo dados do próprio IBGE.

No primeiro trimestre de 2019, foram enviadas para o gancho dos frigoríficos sul matogrossenses 239,587 mil novilhas, avanço de 58,2% sobre o volume observado em igual período de 2018, de 151,379 mil cabeças.

Na mesma base de comparação, o abate de vacas (com 2 anos de idade ou acima) no Estado cresceu apenas 3,2%, saltando de 462,767 mil no primeiro trimestre de 2018 para 477,732 mil agora.

No total do Brasil, os abates de bovinos registrados no primeiro trimestre deste ano avançaram 1,5%, para 7,895 milhões de cabeças, ante 7,773 milhões de cabeças em igual período do ano passado.

Segundo a analista Marianne Tufani, do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), os dados de abate do IBGE reforçam a tendência de crescimento de um novo nicho de mercado, que procura atender uma demanda de consumidores mais “exigentes”, tanto dentro quanto fora do Brasil, que buscam animais mais jovens, de preferência fêmeas. Esses animais, teoricamente, têm uma carne de melhor qualidade (mais macia) em relação aos machos.

“Um dos exemplo atuais são os frigoríficos daqui do Mato Grosso, que compram novilhas para entregar ao mercado do Chile, pagando aos pecuaristas até R$ 4 a mais pela arroba desses animais mais jovens”, destaca Marianne. Segundo ela, porém, essa maior antecipação nos abates de novilhas poderá impactar na oferta de bezerros lá na frente, refletindo em escassez de vacas adultas e, consequentemente, menor disponibilidade de boi gordo no mercado.