Abate kosher muda e exige mais investimentos no Mercosul

A partir de junho do próximo ano, o processo de abate kosher, feito conforme a lei judaica e exigido por Israel, mudará
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A partir de junho do próximo ano, o processo de abate kosher, feito conforme a lei judaica e exigido por Israel, mudará.

A mudança vai exigir investimentos dos frigoríficos habilitados para esse tipo de abate, mas também trará novas perspectivas para a carne kosher, segundo Felipe Kleiman, consultor nessa área.

No sistema de abate atual, os animais são imobilizados à força por várias pessoas antes da degola, provocando muito estresse. A partir de agora, os frigoríficos deverão instalar um boxe rotativo para o abate kosher, buscando reduzir o sofrimento dos animais.

Trata-se de um boxe no qual o animal entra e, acionado um mecanismo giratório, é posto em posição ideal para a degola.

O abate kosher é feito por um rabino que, com uma faca afiada como um bisturi, faz uma incisão precisa, propiciando ao animal menos dor. “O procedimento é rápido e executado com respeito”, diz Kleiman.

O mercado está mudando, e os abates devem seguir as novas tecnologias apropriadas, segundo o consultor.

O Mercosul é o grande fornecedor de carne kosher para Israel, país que importa perto de US$ 400 milhões por ano desse tipo de proteína.

Pelo menos 80% do volume de carne comprada pelos israelenses sai dos frigoríficos do Mercosul.

Kleiman diz que os frigoríficos terão impacto econômico com a instalação desse boxe. Além do custo do equipamento, da exigência de maior espaço nos frigoríficos e de eventuais reformas, os abates serão mais lentos.

Serão abatidos, em média, 60 animais por hora no boxe rotativo, menos que os 80 do sistema convencional.

O mercado está se redesenhando e esse custo vai ser recompensado com uma valorização maior da carne, segundo Kleiman.