Acrimat debate com lideranças do agro e governo ações para combater incêndios

A Acrimat destacou que deve ser esclarecido que há muito tempo o pecuarista pantaneiro não utiliza mais a técnica de atear fogo para limpeza de pastagem.
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A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) participou de uma live realizada nesta quarta (29) para discutir ações de enfrentamento da temporada de seca, prevenção e combate aos incêndios, principalmente no Pantanal Mato-grossense. Representando a entidade, a diretora executiva Daniella Bueno debateu com lideranças do agronegócio e com representantes do governo estadual o atual cenário, e o que pode ser feito para diminuir os efeitos das queimadas, comuns em biomas e ecossistemas da região Centro-Oeste nesta época do ano.

O tema, que atinge o setor produtivo rural e a sociedade de um modo geral, tem tomado destaque na mídia por conta das queimadas registradas no Pantanal.

Daniella iniciou sua participação destacando quais são os reais impactos da atividade pecuária pantaneira, a começar por sua história. “A pecuária iniciou no Pantanal por volta de 1725, e é nessa época que temos os primeiros registros de atividade pecuária, com a chegada do gado, que ao contrário do que muitos acreditam, por conta de desinformação e outros fatores, é um aliado daquele ambiente”.

A diretora da Acrimat chamou atenção para um dado interessante: a Embrapa Pantanal produziu um estudo onde foi verificado que o gado atua como um “bombeiro natural”, pois ele diminui o acúmulo de matéria orgânica, evitando que esse material se torne combustível para futuras queimadas.

“Outro ponto que devemos trazer à luz é que há muito tempo o pecuarista pantaneiro não utiliza mais a técnica de atear fogo para limpeza de pastagem, e devemos desfazer este mal entendido; uma vez que o gado necessita dessa matéria orgânica seca, rla é usada como suporte na alimentação, juntamente com a suplementação animal, todo o período de seca”, completou.

Na oportunidade, os envolvidos falaram sobre técnicas permitidas na região do Bioma Pantanal que evitam a propagação de incêndios como a construção e manutenção de aceiros, medidas preventivas e de combate a incêndios, regulamentação ambiental para a região, entre outros, dentre outros, conforme divulgado pela Famato.

Além da diretora executiva da Acrimat, estiveram presentes o presidente do Sistema Famato, Normando Corral, e terá como convidados o comandante do Batalhão de Emergência Ambiental, Tenente Coronel BM Gledson, o Secretário Executivo do Comitê Estadual de Gestão do Fogo da Sema-MT, Coronel BM Barroso, a Secretária Adjunta de Gestão Ambiental da Sema-MT, Luciane Bertinatto, e o presidente da Comissão Nacional de Cereais Fibras e Oleaginosas da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Ricardo Arioli.

GOVERNO

O governo de Mato Grosso informou que este ano o Pantanal Mato-grossense enfrenta uma situação atípica; há mais de 10 anos não havia um incêndio com essa proporção. Para enfrentar tal situação, foi lançado nesta terça (28) o Comitê Temporário Integrado de Coordenação Operacional (Ciman). O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT), Secretaria de Segurança Pública (Sesp), a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Exército Brasileiro, o Comitê de Gestão do Fogo, a Defesa Civil, o Ibama e diversos outros órgãos afins participaram da reunião realizada no Ciman.

O Ciman é coordenado pelo CBMMT e tem o objetivo de fortalecer as ações de monitorização, prevenção, preparação e resposta rápida às queimadas e incêndios florestais de forma integrada, e tem papel direto e efetivo no monitoramento e mapeamento das áreas comprometidas, tornando possível criar as melhores estratégias para combate aos incêndios.

LIVE

Para assistir a live na íntegra, acesse https://www.youtube.com/watch?v=8EAulC0DiR4