A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), em parceria com a Fundação MT, realiza nesta quinta-feira (16.11) uma live para apresentar o andamento do projeto Pasto Forte, de pesquisa sobre a recuperação de pastagens e fixação de carbono no solo no segmento da pecuária de corte. O foco é garantir a sustentabilidade da bovinocultura de Mato Grosso.
Iniciado no começo deste ano, o projeto tem como objetivo realizar um levantamento de custos dos insumos para a promoção da melhoria das pastagens nos biomas Cerrado, Amazônia e Pantanal e também o Araguaia que, apesar de não ser um bioma, está sendo estudado.
Além disso, o Pasto Forte busca quantificar os estoques de carbono e estimar a taxa de sequestro de carbono em um sistema de pastagem de cada um dos biomas, de acordo com o gerente de relações institucionais da Acrimat e coordenador do projeto, Nilton Mesquita.
“Dizem que a pecuária emite o carbono, mas não temos esse dado sobre a fixação do carbono. Todo mundo sabe que uma planta fixa carbono no solo. Então, se você tem uma pastagem, que é planta, comida, e ela vai passar um período sendo pastada, vamos querer saber o quanto fixou de carbono. E teremos, nesses vários sistemas e biomas, a condição de dizer o quanto de investimento deverá ser colocado em um hectare para garantir o carbono no solo”, disse.
Investimentos esses, segundo Nilton, que compreendem a adição de fertilizantes, resíduos vegetais e matéria orgânica no solo, por exemplo, para reequilibrar o processo do ciclo do carbono no meio ambiente, como uma solução para retirada do gás carbônico atmosférico, a fim de conservar a quantidade já existente no solo e promover a neutralização de carbono.
Ao todo, serão analisados 1,3 mil hectares em quatro propriedades nesses biomas, que serão classificadas de acordo com a situação e especificidades de cada uma. Nesses locais serão feitas análises para identificar quais as técnicas a serem usadas para aumentar o armazenamento de carbono no solo mantendo as melhores condições de pastagens.
“O objetivo é descobrir o quanto se custa para melhorar a pastagem. A partir dos estudos feitos dentro da propriedade, a pastagem será dividida em três classificações: de boa pastagem, média e péssima. Dentro dessas classificações, estão o não melhorado, o melhorado com baixo custo, médio custo e alto custo. Vamos ver o custo, quanto vai melhorar, quanto vai conseguir colocar de animal, quanto esse animal vai ganhar de peso e o quanto vai fixar de carbono. É importante ter esses dados, pois 90% dos animais abatidos em Mato Grosso utilizam das pastagens”, explicou.
Em algumas propriedades, o Pasto Forte já está em estágio bastante avançado. “Hoje já tem as análises coletadas de início, estamos fazendo as adubações para que no ano que vem possamos fazer, em períodos diferentes, as análises da fixação do carbono e do ganho de pastagem e da melhoria dos animais. A expectativa é concluir esse projeto em 2022”, encerrou Nilton Mesquita.
Mais detalhes do projeto serão apresentados na live nesta quinta-feira (16.11), às 19h, no canal do youtube da Fundação MT. Acompanhe aqui.