A Associação dos Criadores de Mato Grosso participou do 2º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio que reuniu nesta semana, nos dias 17 e 18 de outubro, 1,3 mil mulheres que atuam no setor. Pecuaristas, agricultoras, pesquisadoras, fornecedoras e representantes empresas do segmento debateram sobre os principais temas que permeiam o setor e ainda puderam conhecer um pouco mais sobre o perfil dessas mulheres que estão no mercado agro.
De acordo com a segunda pesquisa nacional sobre as mulheres do agronegócio, apresentada durante o evento, a maioria das mulheres que atuam no setor está em busca de informações que melhore a performance nos negócios. O levantamento apontou que mais da metade se interessa por gestão de pessoas e empresarial.
O resultado da pesquisa ficou evidente durante o evento. O número de mulheres participantes foi 50% maior este ano em comparação com o ano passado e o engajamento das congressistas durante as palestras e debates corroboram com o resultado da pesquisa, que apontou a busca por qualificação e especialização.
A pecuarista e diretora da Acrimat Heloisa El Hage aprovou o conteúdo apresentado durante o congresso. “Os temas são atuais e com novas abordagens, apresentando as tendências e informações tanto técnicas quanto políticas que envolvem o segmento. Aliás, ficou claro o interesse das mulheres em assumir posicionamentos políticos dentro e fora da atividade”, destaca Heloisa.
Entre as pautas abordadas durante o evento, estão inovação, ética, liderança, empreendedorismo e gestão. Além disso, workshops com abordagens tecnológicas sobre as diferentes atividades do setor foram realizados paralelamente.
Para a pecuarista e representante regional da Acrimat, Maria Ester Fava, conhecida como Teia Fava, o evento surpreendeu em todos os sentidos, tanto com relação ao conteúdo quanto com relação às participantes. “Não sabia que havia tantas mulheres envolvidas e em busca de qualificação. Acredito que se 1,3 mil vieram participar, muitas outras também atuam no setor e estão à frente dos negócios”.
Sobre a participação efetiva das mulheres do agronegócio, Teia afirma que vem de uma família em que as mulheres sempre foram economicamente e decisivamente ativas. “Para mim é estranho quem não se envolve, não assume os negócios. É muito importante a participação e atuação das mulheres para agregar experiências”.
Cadeia da Carne
Durante o 2º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, o diretor-executivo da Acrimat, Luciano Vacari, ministrou um wokshop sobre a “Agregação de valor para a cadeia da carne”, abordando todos os aspectos que compõem a produção do pasto à mesa.
As práticas adotadas para melhorar os índices de produtividade, garantir a sustentabilidade econômica e ambiental do negócio e entregar produtos de qualidade ao consumidor foram apresentadas como alternativas para quem busca se destacar no mercado.
“O mercado não tem mais espaço para amadores, pelo menos não o mercado economicamente rentável. Independentemente do gênero, a busca por tecnologia e informação é uma prerrogativa indispensável para o sucesso no setor. E vimos que as mulheres estão atentas a isso e em busca de resultados por meio da qualificação”.
Durante sua apresentação, Vacari apresentou dados como o aumento da taxa de ocupação, que passou de 1,03 para 1,3 animal por hectare, redução da idade de abate e aumento da produção de carne por animal, com aumento de 17% nos últimos dez anos.
“Nada disso, porém, tem resultado efetivo se não soubermos certificar a qualidade e a procedência do produto para o consumidor para receber pelos investimentos feitos. Aplica-se a tecnologia, certifica e agrega valor. Essa deve ser a lógica”, resume Vacari.