Acrimat participa de consulta pública sobre ampliação do Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) realizou, nesta quinta-feira (14), em Poconé (104 km de Cuiabá), uma consulta pública para apresentar a proposta de ampliação do Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense. O encontro, sediado na Câmara Municipal, contou com a presença de representantes da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), que acompanharam atentamente as discussões para avaliar os impactos e os riscos que a medida pode trazer para a pecuária na região.

A proposta prevê a inclusão de cerca de 47 mil hectares ao parque, divididos em três áreas de relevância ecológica, aproximadamente 20 mil hectares ao norte e outros 27 mil ao sul e sudeste. Segundo o ICMBio, a ampliação é uma resposta às ameaças crescentes ao bioma, como diminuição da superfície de água, aumento das temperaturas e intensificação dos incêndios florestais, agravados pelos episódios críticos de 2019 e 2020. No primeiro semestre de 2024, a área queimada no Pantanal cresceu mais de 500% em relação à média histórica.

A Acrimat, entidade que representa os interesses dos pecuaristas mato-grossenses, participou do debate reforçando a importância de equilibrar a preservação ambiental com a continuidade e o fortalecimento da pecuária, atividade tradicional e pilar econômico de Poconé. Para a associação, é fundamental que essa mudança seja acompanhada de garantias de diálogo permanente com produtores rurais, evitando impactos negativos à produção e à economia local.

Além da proteção dos ecossistemas e espécies ameaçadas, a iniciativa do ICMBio busca fomentar o desenvolvimento econômico sustentável da região, especialmente por meio do turismo de natureza. Um dos destaques é a possível inclusão do Morro do Caracará, famoso por seus sítios arqueológicos, com potencial para impulsionar o ecoturismo. Atualmente, o acesso e a infraestrutura são limitados, o que restringe o aproveitamento desse atrativo.

O ICMBio aponta que a economia de Poconé ainda é fortemente baseada na pecuária e na mineração. Nesse cenário, a Acrimat destaca que o diálogo entre órgãos ambientais e o setor produtivo é essencial para garantir que novas políticas ambientais contribuam não apenas para a conservação, mas também para a valorização de atividades sustentáveis já presentes no território.