Alta do milho mantém gado no pasto

Empresa apresenta tecnologia para reduzir perdas na alimentação do rebanho

A explosão no preço do milho deve afetar diretamente a criação e gado nos sistemas de confinamento e semi-confinamento em Mato Grosso. Com o grão extraordinariamente mais caro, produtores devem optar pelo gado no pasto por mais tempo. Outra estratégia é adotar tecnologias que tornem mais eficaz e reduzam as perdas na alimentação dos rebanhos.

Gerente regional de vendas da Casale, Carlos Ruschel, afirma que a pecuária de precisão garante aumento de produtividade, reduzindo o tempo, e consequentemente o custo, do animal na fazenda. Desenvolvido pela companhia, o Feeder-SC é considerado uma das inovações no setor. É o primeiro equipamento que garante a distribuição de ração no pasto, de forma programada, com grandes ganhos ao produtor. “Pelo Feeder-SC, o pecuarista pode transportar a ração até o cocho do pasto, definindo a rota e os horários da distribuição, e ainda distribuí-la com uniformidade, reduzindo assim o desperdício”.

Além destes benefícios, segundo Ruschel, com o uso da ferramenta, o pecuarista ainda tem o controle total do trato de cada lote do rebanho. “É um equipamento que garante a gestão das informações. O produtor pode determinar os percentuais dos componentes da ração de acordo com a necessidade de cada lote do rebanho, e saber quanto o boi está custando, onde ele está ganhando e onde está perdendo”.

Ele ressalta ainda que, mesmo com uma boa genética, se o gado não ingerir os nutrientes necessários, através de uma alimentação adequada, com a quantidade ideal de proteína e minerais para suprir a demanda nutricional para produção de leite ou ganho de peso, a produtividade será baixa. “O balanceamento de dietas tem como objetivo melhorar a utilização dos recursos disponíveis, evitando tanto uma queda no desempenho animal como o desperdício de nutrientes, fazendo com que os sistemas sejam economicamente viáveis”.

A medida exata de volumosos, grãos e fibras na dieta do gado, destaca, é um dos aspectos que contribuem para o desempenho do rebanho. Esta é uma das facilidades com o uso do distribuidor. “Cálculos feitos na fazenda mostram que o produtor tem um ganho final de 3 a 5% por arroba, quando tem este controle na nutrição do animal”.

É o que já projeto o pecuarista José Afonso, na fazenda Cachoeira, em Tangará da Serra, onde ele trabalha com a pecuária de corte no sistema de semiconfinamento. Mesmo com o milho oriundo da própria fazenda, os altos custos dos grãos devem mudar os planos do produtor. “Nos meus anos na agricultura nunca vi o milho tão valorizado. Como a relação de preço entre o bezerro e o boi gordo não está muito boa, talvez a alternativa melhor seja deixa-lo mais tempo no pasto e colocar o milho a venda”.