Brasil embarcará volume histórico de carne bovina em 2018

De acordo com as projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – USDA, o volume de carne bovina comercializado mundialmente atingiu 9,83 milhões de toneladas em 2017.
Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no whatsapp

De acordo com as projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – USDA, o volume de carne bovina comercializado mundialmente atingiu 9,83 milhões de toneladas em 2017. A estimativa é de que esse volume cresça 19,3%, alcançando 11,74 milhões toneladas em 2026.

Os cinco maiores exportadores de carne bovina são, respectivamente, Brasil, Índia, Austrália, EUA e Nova Zelândia. Estes países foram responsáveis por 70,59% do comércio internacional em 2017.

Neste mesmo ano, a participação das carnes bovinas brasileiras no mercado internacional foi equivalente a 19,83%. Todavia, a competição com o mercado indiano está forte, o qual compõe 19,57% das exportações.

Contudo vale salientar que a Índia abastece mercados menos exigentes e exporta também grande quantidade de búfalos.

Ao observar a variação das exportações no comparativo 2014/2026, é possível projetar que o Brasil terá vantagens competitivas em relação aos seus concorrentes (figura 1).

Figura 1. Variação do volume exportado de carne bovina no comparativo 2014/26 (%)

Fonte: Elaborado por Scot Consultoria (USDA/ERS)

Apesar dos abalos sofridos pela pecuária em 2017, o Brasil continuará sendo o principal exportador de carne bovina.

Diante deste cenário favorável, o Brasil deve analisar os mercados consumidores que atende, bem como o de seus concorrentes, para a consolidação do mercado e superação da concorrência (tabela 1).

Tabela 1. Participação dos principais destinos no total exportado em 2016 (%)

Fonte: Elaborado por Scot Consultoria (UN Comtrade, 2018)

Através da análise da tabela 1, é possível perceber que a China e o Egito, juntos, representaram quase 50% dos destinos das exportações brasileiras.

Ao analisar dados de importação, nota-se que o Brasil domina estes mercados consumidores. Dentre o total de importações de carne bovina pela China, 14,76% são do Brasil, 13,40% do Uruguai, 9,55% da Austrália e 6,21% da Nova Zelândia.  Por outro lado, no Egito, o Brasil detém 58,69% das importações, seguido pela Índia com 37,39%.

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), o Brasil deverá embarcar em 2018 um volume 9,8% maior do que o registrado em 2017. A receita cambial avançará 10,5%, atingindo 6,9 bilhões de dólares (REUTERS, 2018).

Este cenário favorável se deve a diversos fatores, tais como a expectativa de retorno das importações de carne in naturapelos EUA, o possível aumento dos frigoríficos habilitados a exportar para a China e ao acordo de exportação Mercosul/União Europeia. Provável também em função dos possíveis novos parceiros comerciais, tais como Indonésia e Tailândia, e a possível retirada do embargo da Rússia (Portal DBO, 2018).

As principais plantas brasileiras esperam incrementar as exportações diante deste contexto positivo. Destaque para a JBS que prevê alta de 22% em seus negócios, valor que supera a expectativa da ABIEC para os embarques do Brasil (REUTERS, 2018).

Dentre os estados brasileiros, Mato Grosso e São Paulo são os de destaque em relação à exportação de carne bovina (figura 2).

Figura 2. Participação dos estados brasileiros na exportação de carne bovina (%)

Fonte: Elaborado por Scot Consultoria (Secex/MIDIC, 2018)

Vale ressaltar que, ainda que com boa participação no mercado internacional, o Brasil está em desvantagem no faturamento frente aos demais exportadores de carne bovina (figura 3).

Figura 3. Relação faturamento/volume das exportações de carne bovina em 2016 (US$/kg)

Fonte: Elaborado por Scot Consultoria (UN COMTRADE, 2018).

Considerações Finais

O Brasil possui amplas vantagens diante do cenário internacional, principalmente, em função da disponibilidade de recursos naturais.

Ainda assim, os pecuaristas e os frigoríficos brasileiros precisam investir e intensificar a produção para garantir a consolidação do país como líder no mercado.

Sendo assim, apostar no melhoramento genético, nutrição animal, manejo de pastagens e no processamento industrial, é um dos caminhos para a valorização do produto frente à concorrência.

Se concretizadas as previsões, o volume embarcado pelo Brasil será histórico, sendo o maior desde 2007, graças às negociações brasileiras com novos mercados consumidores logo no início do ano. 

 

Referências Bibliográficas

USDA. United States Department of Agriculture. Economic Research Service. Disponível em: <https://www.ers.usda.gov/data-products/international-baseline-data/international-baseline-data/#2017 International Long-Term Projections to 2026>. Acesso em: 06/02/2018.

ABIEC. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS EXPORTADORAS DE CARNES. Perfil da Produção Bovina no Brasil. Disponível em: . Acesso em: 06/02/2018.

REUTERS. Exportação de carne bovina do Brasil deve crescer 10% em 2018 em volume e receita. Disponível em: . Acesso em: 05/02/2018.

PORTAL DBO. China deve ampliar importações de carne do BR em 2018. Disponível em: . Acesso em: 06/02/2018.

REUTERS. JBS prevê alta de 22% em suas exportações de carne bovina in natura do Brasil em 2018. Disponível em: . Acesso em: 05/02/2018.

UN COMTRADE DATABASE. Data. Disponível em: . Acesso em: 05/02/2018.

ALICEWEB. Consultas. Disponível em: . Acesso em: 06/02/2018.