Caminhoneiros realizam protesto contra alta do diesel em Mato Grosso e outros oito Estados

Caminhoneiros e transportadores em Mato Grosso iniciaram na manhã desta segunda-feira
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Caminhoneiros e transportadores em Mato Grosso iniciaram na manhã desta segunda-feira, 21 de maio, mais um manifesto em prol da categoria que há cerca de cinco anos sofre com o descaso do governo federal. A pauta principal, que leva motoristas do transporte de cargas a pararem as suas atividades em Mato Grosso e ao menos outros oito Estados, é a alta do óleo diesel, que hoje chega a ser encontrados acima de R$ 4,00 o litro nas bombas dos postos de combustíveis, impedindo que haja uma rentabilidade ao setor, bem como um caixa reserva para a manutenção dos veículos, que também está cara.

Segundo informações da Concessionária Rota do Oeste, não há informações de bloqueios nas BR-163, BR-364 e BR-070 sob o trecho de concessão que vai da divisão de Mato Grosso com o Mato Grosso do Sul até em Sinop.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de Mato Grosso (Sindicam-MT), na BR-364 em Cuiabá estão autorizados à passar apenas carros, ambulâncias e ônibus.

A orientação, conforme o Mato Grosso Agro comentou anteriormente, dada pelas entidades representantes dos motoristas autônomos e das transportadoras é que os caminhoneiros permaneçam estacionados nos pátios dos postos de combustíveis, em suas casas ou pátios das empresas as quais prestam serviços.

De acordo com informações do G1, são realizados atos em outros oito Estados, além de Mato Grosso: Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Apesar da orientação da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) para que não haja bloqueio das rodovias, em decorrência a uma decisão liminar que tramita na Justiça Federal do Paraná, com aplicação de multa de R$ 100 mil por hora em caso de bloqueio, em alguns Estados houve interdição de pista por parte dos motoristas, como foi o caso da BR-020 entre Fortaleza e a cidade de Maracanaú, no Ceará, onde um grupo de caminhoneiros pararam os veículos no acostamento e queimaram pneus nas pistas. No Rio Grande do Sul por volta das 6h (horário de Brasília) em São Sebastião do Caí caminhoneiros chegaram a bloquear a ERS-122, na altura do km 16, porém liberaram a via, após a chegada da Brigada Militar.

A paralisação

Como o Mato Grosso Agro comentou, na última sexta-feira, 18 de maio, a Petrobras anunciou que elevaria para 0,80% o preço do óleo diesel e 1,34% o valor do litro da gasolina nas refinarias a partir de sábado, passando para R$ 2,3488 e R$ 2,0680 os valores, respectivamente. Este foi o quinto reajuste diário seguido realizado pela Estatal que no dia 17 de maio havia anunciado alta de 1,80% para a gasolina e 0,95% para o diesel para o dia 18 de maio. Os reajustes diários são realizados desde julho de 2017 pela Petrobras.

De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), a gasolina em Mato Grosso entre o dia 22 de abril e o dia 19 de maio varou em seu preço mínimo de R$ 3,459 a R$ 3,557, enquanto seu preço máximo foi visto entre R$ 4,850 e R$ 4,990. Já o óleo diesel entre R$ 3,399 a R$ 3,489 em seu preço mínimo e entre R$ 4,210 e R$ 4,380 em seu preço máximo em igual período. Ainda segundo a ANP, o litro do óleo diesel S-10 nas bombas dos postos de combustível subiu de R$ 4,300 para R$ 4,460 em um mês.

O anúncio de uma nova greve geral por parte dos caminhoneiros, com a adesão de inúmeras empresas transportadoras, pelo Brasil começou a ventilar na última semana e ganhou fôlego no sábado, 19 de maio, com diversas entidades confirmando a participação no movimento.

De acordo com os caminhoneiros e transportadores, em especial os autônomos, o setor está “pagando para trabalhar” e que não enxergam outra saída para a atividade se não reivindicar neste momento.

Os transportadores e caminhoneiros afirmam que o valor do combustível “esmaga” o faturamento mensal e que “não sobra quase nada”, tanto que se houver necessidade de manutenção do veículo durante uma viagem o “prejuízo está garantido”.

Luta antiga

Em 2015 caminhoneiros e transportadores chegaram a fechar as principais rodovias federais no Brasil por diversas vezes ao longo daquele ano. Somente em Mato Grosso, entre os meses de fevereiro e março foram fechadas as rodovias BR-163, BR-364 e BR-070 em diversos pontos impossibilitando o escoamento da soja 2014/2015 em pleno pico de safra para os principais portos, como o Porto de Santos, Porto de Paranaguá e Porto de Santarém.

Em janeiro de 2017 uma paralisação chegou a ser realizada em Rondonópolis durante seis dias. O ato foi descrito como o “desespero” do transporte graneleiro de Mato Grosso diante o baixo valor do frete. Na ocasião transportadores, Governo de Mato Grosso e entidades do setor produtivo chegaram a se reunir em Cuiabá com o Poder Executivo e reuniões foram realizadas em Brasília (DF) com o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.

Além da questão do óleo diesel, custo de produção, o setor batalha pela aprovação de uma tabela de preço mínimo para o frete.