Cochos eletrônicos contribuem para seleção

Por meio de estrutura computadorizada, pesquisadores avaliam desempenho animal para conversão alimentar

Cocho eletrônico

Ter touros que ganhem mais peso e comam menos é o desejo de todo pecuarista. Em busca desse ideal, pesquisadores da Embrapa estão usando uma estrutura computadorizada, formada por cochos eletrônicos e estações de pesagem, para apontar quais animais desempenham melhor a conversão alimentar.

“É a primeira vez que pesquisamos eficiência alimentar em larga escala na Embrapa, graças ao avanço tecnológico”, afirma o líder da pesquisa, Luiz Otávio Campos da Silva, da Embrapa Gado de Corte, MS. Ele explica que a eficiência é a relação entre o que o indivíduo consome e o seu posterior ganho de peso. Para isso, é preciso medir quanto do alimento que o animal comeu foi convertido em carne. O cientista frisa que essa medição requer investimento, equipamento e recursos humanos especializados.

Os cochos automáticos instalados em centros de pesquisa da Embrapa em Bagé, RS, Campo Grande, MS, São Carlos, SP, e Santo Antonio de Goiás, GO, fazem a medição para seis raças: Nelore, Caracu, Senepol, Canchim, Brangus e Hereford.

Os equipamentos contam com comedouros apoiados sobre uma balança, que registra eletronicamente o total de alimento consumido por animal, individualmente. A identificação de cada touro é feita por meio de um chip, implantado na orelha, detectado pela antena presente no cocho a cada aproximação para se alimentar.

Já as estações de pesagem produzem dados de peso vivo e ingestão alimentar. Elas são ligadas aos bebedouros, e todas as vezes que os animais chegam para beber água são pesados. “Cada experimento dura 56 dias efetivos em confinamento, com dois períodos de adaptação de 14 dias, com medição diária e ininterrupta, e custo ao redor de mil reais por animal por prova”, conta o nutricionista animal da Empresa Rodrigo da Costa Gomes. A proposta é realizar três medições com essa finalidade por ano até 2018, em Campo Grande.

A variável de eficiência se baseia em consumo animal de matéria seca, ganho médio do animal no período, peso médio metabólico (demanda de energia para mantença) e ganho médio por dia. Com isso calcula-se o consumo esperado para cada animal. “No fim, a variável de eficiência é basicamente a diferença entre o quanto o animal de fato consumiu e o quanto esperávamos que consumisse”, explica Roberto Augusto de Almeida Torres Junior, um dos responsáveis pelas metodologias genético-estatísticas do projeto.

Os tourinhos usados no estudo são de rebanhos de parceiros externos e da própria Embrapa. Animais com genética superior, puros de origem (PO), aptos para o papel de reprodutores em futuro próximo.

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Fonte: Embrapa Gado de Corte